Edificando o Semiárido: ISFA realiza capacitação de pedreiros
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Desde a última quinta-feira (30), está sendo realizada, em Bom Jesus da Serra, uma capacitação envolvendo pedreiros de comunidades rurais locais. O município, localizado na região sudoeste do estado da Bahia, é alvo da universalização do acesso à água para consumo humano, promovida pelo Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), com financiamento do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). A atividade é promovida pelo Instituto de Formação Cidadã São Francisco de Assis (ISFA), Unidade Gestora Microrregional responsável pela implementação do P1MC na região.
Durante os dias de capacitação, que está prevista para terminar nesta quarta-feira (4), os pedreiros têm contato com as técnicas de construção da tecnologia social e aperfeiçoam suas habilidades, desde os preparativos até a construção da cisterna em si. Além de todo o conteúdo prático, os pedreiros recebem no primeiro dia uma palestra sobre o histórico de luta da sociedade civil na busca por políticas públicas mais justas para o povo sertanejo e o modelo de convivência sustentável com o Semiárido que a ASA dissemina.
Os trabalhos, que têm lugar na comunidade de Água Bela, reuniram pedreiros iniciantes e outros que já tiveram contato com a construção de cisternas. Para o instrutor Adailton, pedreiro com larga experiência na edificação de cisternas de consumo humano, “é uma satisfação muito grande partilhar a minha profissão junto com meus companheiros, e não só ensinando como também aprendendo com eles”. Ele reitera a importância da troca de experiências entre os pedreiros, lembrando que todos possuem plenas condições de contribuir para o aperfeiçoamento mútuo.
Entre os dez pedreiros que participam da capacitação está seu Deusdete, que vê na satisfação de contribuir com uma realidade melhor, a principal motivação para seu trabalho. “Eu gosto do projeto porque ele ajuda muitas famílias do Semiárido e isso traz muita alegria para o meu trabalho. É uma parceria muito importante”, diz referindo-se à integração que ocorre entre as famílias e quem constrói a cisterna, já que o pedreiro convive com elas durante todo o período de construção, que dura cerca de quatro dias.
Para a gerente do programa P1MC na microrregião, Eliane Almeida, essa capacitação é a continuação do processo de formação política e social desenvolvida pela ASA. “A capacitação de pedreiros é mais uma etapa de formação cidadã dos camponeses e camponesas, os quais também participam de um processo informativo que somará na sua vivência e reprodução no campo, além de se apropriarem da técnica de construção da tecnologia social que é a cisterna”, define.