“Qual o lugar da juventude na agroecologia?”

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Alexandre Pires participou do Conversa de Quintal sobre juventude e agroecologia | Foto: Divulgação/Cetra

Juventude Rural e os Desafios da Afirmação da Identidade Camponesa. Este foi o tema da Conversa de Quintal realizada pelo CETRA, do Ceará, no dia 16 de agosto. O evento reuniu a equipe técnica da instituição e jovens de comunidades e assentamentos rurais. Quem puxou o papo foi o coordenador geral do Centro Sabiá, Alexandre Bezerra Pires.

Para refletir sobre a temática, diversos olhares se encontraram. Um deles foi o de Margarida Pinheiro, sócia fundadora do CETRA. “É preciso criar condições para estes jovens fazerem diferente”, diz questionando as possibilidades da agricultura moderna e o que se tem na agroecologia.

Fazer diferente é o que faz Fabiana Menezes, jovem do assentamento Várzea do Mundaú (Trairi-CE). Ela participou do projeto Um Novo Olhar da Juventude sobre o Meio Rural, executado pelo CETRA em 2011. “Eu morei oito anos em Fortaleza e não queria ser agricultora, tinha preconceito. Mas voltei e fui aprendendo a dar valor. Hoje ajudo meus pais. A gente tem uma horta e quando vamos arrumar as coisas para levar pra feira, eu fico impressionada com o quanto que a gente tira. É tudo do nosso quintal”, conta Fabiana.

Para Juliana Anjos, jovem do assentamento Maceió (Itapipoca-CE), um elemento importante para aumentar a autoestima do jovem rural e fazê-lo permanecer no campo é a educação: “queremos uma educação que não seja voltada para o capitalismo, que nos ensine Português, Matemática, mas também valorize nossas origens, no ensine o manejo adequado da terra”, explica.

Outro destaque da conversa foi a ida da juventude rural do Ceará, Pernambuco e Maranhão à Cúpula dos Povos, no mês de junho, realizada no Rio de Janeiro. Os jovens do Ceará levaram consigo a exposição Um Novo Olhar da Juventude sobre o Meio Rural. “Teve um cara que começou a chorar vendo nossas fotos. A gente levou um pouco do Ceará que matou a saudade de gente que não via há muito tempo”, conta Regilane Alves, do assentamento Maceió, que também participou do projeto do CETRA.

Finalizando a Conversa, Alexandre Pires lança novas problemáticas. “A juventude de hoje não é a mesma de 20, 30 anos atrás. Todo mundo tem Facebook, internet, os jovens estão mais escolarizados. E o nosso trabalho tem que acompanhar isso. O Sabiá já constatou, em pesquisa, que 95% dos jovens gostariam de permanecer no campo, mas com escola, trabalho e tecnologias chegando lá”.

Sobre A Conversa de Quintal, projeto desenvolvido pelo CETRA como proposta de debater assuntos relevantes ao trabalho institucional e à sociedade. Em 2012, passou a acontecer no Quintal das Margaridas, na nova sede do CETRA, onde já recebeu a feminista Elisabeth Ferreira e a doutora Raquel Rigotto.

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