Exposição traz à tona problemática da água no mundo
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O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) é um dos casos brasileiros retratados na exposição | Foto: Gleiceani Nogueira |
A experiência do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) é um dos casos brasileiros que integra a renomada exposição fotográfica Água, Rios e Povos, dentro da programação da Cúpula dos Povos. A exposição funciona no Pavilhão Azul, no Aterro do Flamengo, num espaço bastante agradável, com vista a um dos mais belos lugares do Rio de Janeiro: a baía de Guanabara.
Água, Rios e Povos procura dar voz a pessoas que sofrem a ameaça de grandes hidrelétricas e da contaminação de seus rios e aquíferos e defendem seu direito à terra e à água potável, opondo-se à privatização e mercantilização desses bens naturais. A exposição retrata casos ocorridos na Índia, Turquia, México, Palestina, Itália, Estados Unidos, entre outros países.
“Enfrentamos uma crise global da água, um verdadeiro holocausto hidrológico no qual as vitimas são invisíveis, longínquas e sem rosto; prescindíveis na nossa consciência. Água, Rios e Povos dá palavra a essas pessoas, ao mesmo tempo vítimas e lutadoras por um mundo mais justo, digno e sustentável. Talvez não tenham a solução para os problemas, mas sofrem-nos diretamente e por isso merecem ser ouvidas e tidas em linha de conta”, diz um trecho do depoimento de Pedro Arroyo, coordenador geral da exposição, num painel instalado no Aterro do Flamengo.
Dos casos brasileiros que compõem esta edição estão o movimento de preservação da Serra da Gandarela, o maior reservatório de água da cidade de Belo Horizonte (MG); a história das mulheres atingidas por barragens e a experiência de luta e acesso à água no Semiárido, através do P1MC.
A exposição já passou por diversos países da América Central e Europa. A proposta é que após a Cúpula dos Povos, ela siga para outras capitais brasileiras. Do Aterro do Flamengo, a exposição segue para o Jardim Botânico.
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“Somos contra qualquer forma de mercantilização dos bens comuns da natureza e a água é um deles”, diz Procópio Lucena, coordenador da ASA | Foto: Gleiceani Nogueira |
Lançamento – Representantes de organizações nacionais e internacionais participaram do lançamento da Exposição, que ocorreu no dia 17 de junho, às 18h, no Pavilhão azul. A ASA foi representada pelo coordenador executivo da rede pelo Estado do Rio Grande do Norte, Procópio Lucena.
“Primeiro, queremos dizer que somos contra qualquer forma de mercantilização dos bens comuns da natureza e a água é um deles”, disse Procópio no início do seu discurso. Ele falou sobre o Semiárido e a realidade das famílias que vivem na região e apresentou os dois programas da ASA: o Um Milhão de Cisternas (P1MC), que capta água de chuva usada para beber e cozinhar, e o Uma Terra e Duas Águas (P1+2), cuja água é destinada a produção de alimentos.
Procópio ainda destacou os resultados alcançados até o momento e enfatizou que grande parte das tecnologias da rede foi construída com recursos públicos. O coordenador encerrou seu discurso falando sobre as 300 mil cisternas de plástico que o governo vai instalar no Semiárido, como parte da meta de universalização do acesso à água na região. “A cisterna de plástico não mobiliza a comunidade, custa o dobro da cisterna de placas e não movimenta a economia local. É uma coisa que chega pronta, um verdadeiro lixo ambiental”, denunciou.
Acesse o site da Exposição: http://www.aguariosypueblos.org/
*Com informações da assessoria de imprensa Alexania7MAB