Sistemas comunitários de saneamento rural são tema de seminário da ASA

Com experiência no tratamento de águas para unidades familiares, ASA avança no estudo processos de gestão de sistemas de saneamento na escala comunitária.
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Com o objetivo de fazer um balanço das atividades realizadas, o Grupo de Trabalho em Saneamento Rural da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) realizou o Seminário Gestão de Serviços de Saneamento Rural nesta quinta-feira, 5. O GT, formado há mais de dois anos, formulou a proposta do Programa de Saneamento Rural para o Semiárido, que foi apresentada em novembro no X EnconASA, mas segue em atividade aprofundando-se em temas pertinentes ao projeto.

 

Ao longo do segundo semestre, o GT teve uma agenda intensa, com intercâmbios, caravanas, formações e congressos. As e os integrantes buscaram conhecer sistemas coletivos de gestão de saneamento rural e abastecimento de água. Para isso, mapearam organizações sociais que fazem este trabalho, como o Sistema Integrado de Saneamento Rural (SISARs) e as Centrais de Associações Comunitárias para Manutenção dos Sistemas de Saneamento – ambas visitadas durante as duas caravanas que percorreram 800 km pelo Semiárido. 

 

“É tão interessante a organização para o abastecimento [de água das Centrais], que seria importante ampliar para o esgotamento sanitário”, se entusiasmou Jaqueline Oliveira, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), ao assistir as apresentações com os relatos das atividades durante o seminário. Antônio de Mello, do Programa de Aplicação de Tecnologias Apropriadas (PATAC), também se animou com as descobertas do GT: 

 

“Para mim estes dois sistemas integrados de abastecimento rural, tanto o Sisar, quanto as Centrais são totalmente novos, tem muito a nos ensinar, são experiências com mais 40 anos. Para a gente fazer o que queremos com o saneamento rural, a gente precisa de parceria”, apontou Antônio de Mello.

 

Embora a proposta do Programa de Saneamento Rural para o Semiárido já prevê o uso de tecnologias de saneamento rural tanto em escala unifamiliar, quanto comunitária, o Sisar e as Centrais são exemplos importantes de gestão coletiva destes sistemas, que integram comunidades, associações e o poder público. No entanto, em ambos os casos o foco no abastecimento de água é maior do que no tratamento de esgoto, tarefa que a ASA considera imprescindível para fortalecer a convivência com o Semiárido. 

 

Para além disso, a rede de organizações que fazem parte da ASA possuem experiências exitosas de saneamento rural com reúso de água para irrigar plantas para alimentação animal, frutíferas e recuperar áreas degradadas – destinação que ainda não é utilizada pelo Sisar e Centrais. 

 

“Essa jornada foi de uma riqueza enorme. Me sinto mais segura com esta questão dos sistemas de tratamento comunitários. Hoje eu acho que a gente compreende muito melhor este formato, este desenho, de fazer saneamento e tratamento das águas residuais”, avaliou Rivaneide Matias, do Centro Sabiá.

 

“Foi um crescimento para todos nós, a gente viu diferentes realidades dentro do Semiárido, que é diverso e rico. Todo cidadão, estando no campo ou na cidade, tem direito ao saneamento, que é básico, tem a ver com saúde, com qualidade de vida”, compartilhou Francisco Gonçalo Filho, do Centro Terra Viva.

 

Representantes do GT também participaram do XI Seminário Nacional de Saneamento Rural em agosto, em Salvador (BA), e do I Congresso Nacional de Saneamento Rural em novembro, em Juazeiro (BA). Foram também até Brasília para uma conhecer a experiência da Embrapa Hortaliças e seu acúmulo no processo de regulamentação de reúso de água para atividades agrícolas no Brasil.

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