ASA leva experiência da convivência com o Semiárido brasileiro à COP16

A Articulação é membro da UNCCD e compõe a delegação brasileira na conferência sobre desertificação em Riad, na Arábia Saudita
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A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) participa da Conferência das Partes (COP) da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (UNCCD), que começou nesta segunda (2), em Riad. A COP16 reúne na capital saudita representantes da sociedade civil organizada e de governos de 196 países e da União Europeia em torno do tema geral “Nossa Terra. Nosso futuro”.

 

A ASA está representada no evento pela agricultora e coordenadora executiva, Roselita Vitor; pela assessora de coordenação do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), Juliana Bavuzo; e pelo membro do Grupo de Trabalho de Combate à Desertificação da articulação, Paulo Pedro de Carvalho. A expectativa do grupo é levar para a COP16 as experiências de convivência com o Semiárido e contribuir com o debate mundial sobre as boas práticas de resiliência ao clima.

 

Um pouco desse trabalho desenvolvido há 25 anos pelas mais de 3 mil entidades da Rede ASA foi partilhado no domingo (1°), véspera da abertura da COP16. Em um encontro com representantes de 300 organizações sociais de todos os continentes, a delegação do Semiárido brasileiro apresentou e ouviu propostas para a recuperação de terras degradadas pelas secas.

 

“Destaco a participação dos povos, incluindo as comunidades tradicionais, e suas vozes aqui nessa construção, trazendo as realidades e os seus papéis enquanto sujeitos também na elaboração de estratégias de combate à desertificação. Foi um dia para compreender e, ao mesmo tempo, sentir como a gente vai fazer a incidência política na COP16”, afirmou Roselita Vitor.

 

Diálogos por um Semiárido possível 

A COP16 segue até o dia 13 com o objetivo de unir os países em um acordo comum sobre a necessidade de acelerar a restauração de terras degradadas e desenvolver uma estratégia proativa em relação às secas. A ONU estima que até o fim da década será necessário restaurar 1,5 bilhão de hectares de áreas deterioradas.

 

Os caminhos para alcançar essa meta ambiciosa serão construídos a partir dos diálogos das mesas de negociação e painéis temáticos durante a COP16. Essa programação contará com a participação de representantes dos países e será acompanhada por observadores, como integrantes de agências da ONU, membros de entidades religiosas e ONGs, por exemplo.

 

Em paralelo, acontecem milhares de eventos, como exposições, workshops e palestras. Um desses espaços é o Pavilhão Brasil, que está sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

 

“A importância principal da participação da ASA na COP16 é poder encontrar várias organizações da sociedade civil de todo o mundo para debater os problemas da desertificação, suas causas e seus efeitos, mas principalmente para trocar sobre ações concretas de enfrentamento a esse fenômeno”, destacou Paulo Pedro. “Também é importante para a combinação de estratégias e ações para influenciar os mais de 200 países que são parte da convenção”, completou.

 

Com o Semiárido mais populoso e, ainda, com maior índice pluviométrico do mundo, o Brasil está revisando o Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB). De acordo com Paulo Pedro, a ASA espera, na COP16, não só atualizar metas para os próximos 20 anos, mas de fato fortalecer as iniciativas concretas de curto, médio e longo prazo de convivência com o Semiárido.

 

“Enquanto sociedade civil, a ASA está se juntando com outras organizações do Brasil para colocar o PAB em prática, fortalecendo a promoção da agroecologia e da construção de ações que preservem a Caatinga, recupere seus solos, suas águas e florestas, para o bem de todo o planeta. Acho que é um grande espaço, uma grande oportunidade, mas também uma grande missão da ASA está aqui representando o país enquanto sociedade civil”, explicou Paulo Pedro.

 

Confira a programação da ASA na COP16:

 

Dia 03 de dezembro: 

– Participação como debatedor no painel promovido pelo Consórcio Nordeste: “”Caatinga: Uso da terra, povos e seus conhecimentos”.

Local: no Pavilhão Brasil. Blue Zone.

Horário: 11:00 às 12:30.

 

 Dia 05 de dezembro

– Co-Promoção do side event, como debatedores: “Global Alliance against Hunger and Poverty: the role of drylands in promoting food security.

Local: MET-02. Blue Zone.

Horário: 15:30 às 17h.

 

Dia 06 de dezembro

– Promoção do painel, apresentando experiências dos Quintais das Margaridas: “Agroecologia e Convivência com o Semiárido: mulheres, quintais e tecnologias sociais no combate à desertificação” e mediação do debate.

Local: Pavilhão Brasil. Blue Zone.

Horário: 13h às 14:30.

 

Dia 07 de dezembro:

– Participação no side event promovido pelo Centro Sabiá e Plataforma Semiáridos, apresentando experiência da ASA: “Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá ask us about drought: the contribuition of Latin Améeica’s drylands to global climate resilience”.

Local: MET-06.

Horário: 11h às 12:30.

 

– Co-promoção do painel, junto com o MDS, como debatedores: “Tecnologias sociais para a adaptação à seca e para o combate à desertificação”.

Local: Pavilhão Brasil. Blue Zone.

Horário: 13h às 14:30.

 

Dia 10 de dezembro

– Participação no painel promovido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), apresentando a perspectiva da ASA sobre comunicação popular: “Campanha de Combate à Desertificação: a importância da comunicação para gerar consciência sobre os temas da desertificação, causas e consequências das secas.”

Local: Pavilhão Brasil. Blue Zone.

Horário: 13:00 às 14:30.

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