Abertura do X EnconASA celebra 25 anos de luta da ASA pelo Semiárido Brasileiro

Encontro tem como tema “Semiárido Vivo: por justiça socioambiental e democracia participativa"

Sarah Gonçalves e Kleber Nunes

Sob o lema “Semiárido Vivo: por justiça socioambiental e democracia participativa”, a abertura do EnconASA teve presença de cerca de 700 pessoas celebrando a trajetória de resistência e de conquistas da Rede ASA.

Na tarde desta segunda-feira (18), a abertura do X EnconASA reuniu um público formado por agricultoras e agricultores familiares e lideranças de movimentos sociais às margens do Rio São Francisco, em Piranhas, Alagoas. Ali, antes de iniciar o cortejo do encontro, as dez delegações dos estados que compõem a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) pediram a bênção do Rio antes de iniciar a caminhada pelas ruas da cidade.

Cátia Cilene participa do encontro pela primeira vez. A indígena da comunidade indígena Nazaré, no Piauí, reflete que o encontro é uma oportunidade muito importante de troca de experiências.

“Nesse primeiro dia, eu aprendi várias coisas, cada vez que a gente se
encontra com outros agricultores, é muito troca de aprendizado que a gente leva para casa,
isso fortalece a nossa luta”, reflete.

Maria Madalena Oliveira, mais conhecida como Nenzinha, é agricultora familiar e vive em Pinheiros, Montes Claros, Minas Gerais. Ela participa do grande encontro da ASA pela 8ª vez e pontua:

“Eu fico muito feliz em está aqui, a ASA faz parte da minha vida, de grande parte do
conhecimento que adquiri, de quem eu sou, eu sei que o aprendizado que eu recebo nesse
encontro não fortalece só a mim, ele vai fortalecer as mulheres do meu território, e isso me
deixa muito feliz” afirma a agricultora.

Mesa de abertura homenageia Naidison Baptista

Homenageado do X EnconASA, Naidison Baptista, emocionou os participantes durante a plenária de abertura. Como membro da coordenação executiva da ASA e presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da Bahia (Consea-BA) , ele reafirmou os objetivos da articulação frente aos desafios atuais.

“Quando a ASA começou, a gente não tinha o acesso à água democratizado, agora temos graças ao Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC). Precisamos democratizar a produção de energia. Não podemos mais aceitar as violações que empresas de energia eólica e solar praticam contra os povos do Semiárido”, afirmou.

Naidison salientou, ainda, que o X EnconASA “nos chama a caminhar juntos e como já vencemos muitas batalhas, venceremos outras até a gente construir a civilização do Semiárido”.

Representantes de Semiáridos de outros países marcam presença no EnconASA

Além dos participantes das delegações dos estados brasileiros, 15 estrangeiros representando os Bolívia, Argentina, Guatemala, El Salvador, Honduras, México e Burkina Faso estão participando do X EnconASA. Eles pertencem a outras regiões Semiáridas do Planeta que vem trocar conhecimentos com as e os agricultores brasileiros.

Entre eles, o mexicano Davi Vargas, que atua na organização Isla Urbana, afirma:

“É uma honra estar participando do X EnconASA, porque a ASA é uma referência mundial de projetos de captação de água com chuva que impacta diretamente a vida das pessoas, tenho muito interesse em aprender sobre esses processo da organização e tentar fortalecer mais ações com o meu país”.

O Ezequiel Lucas da Silva Aroeiras, da comunidade Bernardo na Paraíba, pontua que o EnconASA é um espaço estratégico para juventude.

“Hoje nós tivemos uma plenária [de jovens], e esse momento é muito importante por fortalecer a voz da juventude, onde nós podemos ter protagonismo na construção das nossas pautas de luta”, afirma o jovem.

Fotos: Tarsila Guimarães e Giovanna Revoredo.

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