Evento promove encontro entre lutas pela defesa das águas
Atividade ocorre no Rio de Janeiro com a presença de Leo Heller, relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para o direito humano à água
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Também se pretende dar visibilidade a diversas denúncias sobre impactos ao meio ambiente e violações de direitos humanos relacionados ao atual modelo privatizador das águas, desempenhado principalmente por setores como a mineração, a indústria do petróleo e do gás, assim como pelo agronegócio. Uma parte dos minérios extraídos chega aos portos exportadores via minerodutos, que fazem o deslocamento subterrâneo sob pressão de água. Atualmente, no estado de Minas Gerais, onde ocorreu o rompimento da barragem em Mariana, uma dos maiores crimes ambientais do mundo, operam três minerodutos. Outros três estão previstos para serem construídos nos próximos anos.
Retomam-se no país, ainda, os projetos de fracking (fraturamento hidráulico) para extração de gás natural e petróleo, com utilização de grandes volumes de água e contaminação de mananciais. A agropecuária, por sua vez, consome e desperdiça muita água. Analisando os 20 principais usuários de água, a organização Cáritas aponta que: 69% são usados na fruticultura irrigada; 22% na carcinicultura; e apenas 9% da água vão para o abastecimento urbano. A Política Nacional de Irrigação reforça e expande essa lógica de utilização das águas, especialmente nos perímetros irrigados no semiárido brasileiro. Já a contaminação por agrotóxicos atinge águas superficiais e subterrâneas.
Diante desse contexto, o Encontro quer potencializar a troca de conhecimentos sobre alternativas de proteção das águas criadas e já postas em prática por populações do campo, do cerrado, das florestas, que vivem nas margens dos rios, em regiões litorâneas e próximas a manguezais, bem como as que moram em periferias das cidades. “Elas são guardiãs das águas. Proteger seus territórios e modos de vida é garantir condições de existência para as atuais e futuras gerações”, destaca Maiana Maia, da FASE, instituição que organiza o evento junto da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, do Núcleo Tramas e da FioCruz.
A programação é fechada para instituições convidadas e jornalistas interessados em cobrir o evento. Na noite de quinta-feira (13), porém, haverá uma atividade pública e gratuita, incluindo a exibição de vídeos e o lançamento de concurso e publicações.