Encontro reafirma a educação contextualizada como missão

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 “Qual Semiárido queremos ou estamos mostrando em nossas escolas”? Perguntava a professora Jaqueline de Sousa aos participantes do Encontro Territorial do Programa Cisternas nas Escolas que o Centro de Formação Mandacaru está executando no Território dos Cocais, região norte do Piauí. A pergunta teve um valor especial para aquele momento, pois ali estavam entre os participantes, Secretários/as Municipais de Educação, Obras e Administração, Educadores/as, integrantes das comissões municipais entre outras coordenações.

E as respostas também foram de destaque, se considerados que quase todas as pessoas presentes refletiram que se ainda hoje, a educação contextualizada ainda é pouco aplicada nas escolas rurais, a missão é real e necessária. O debate em torno do tema ocorreu durante a palestra da professora Jaqueline de Sousa que também é coordenadora de Educação na Ecoescola Thomas a Kempis, uma instituição de ensino que trabalha há 15 anos com o processo de educação contextualizada para a convivência com o Semiárido.

Durante sua palestra, a professora apresentava fatos e contextos históricos negativos que são repassados nas escolas e que não condizem com a realidade do Semiárido: “um lugar rico e de pessoas sábias”, como ela ressalta. Jaqueline questionou ainda, que “se temos e sabemos que nosso lugar não é assim, porque replicamos o que os livros de fora falam sobre nós? Por uma questão curricular?”. Na ocasião, o Secretário Municipal de Obras do município de Milton Brandão, Francisco das Chagas Ribeiro lembrou o quanto é importante discutir os valores e dons de um povo que também representa as riquezas de uma região.

O Encontro Territorial do Programa Cisternas nas Escolas tem um grande valor porque a equipe de trabalho tem a oportunidade de apresentar a proposta do Programa para pessoas da gestão pública e que participam do evento. É um momento para expor melhor a metodologia que a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) aplica na execução de seus programas, que não se limita apenas em construir tecnologias, mas também em debater políticas públicas, mobiliar comunidades e fortalecer as ações de convivência com o Semiárido. Para o coordenador técnico do Centro Mandacaru, José Pinheiro, “o Programa Cisternas nas Escolas se torna especial por algumas razões, entre elas pela a oportunidade das escolas rurais terem sua estrutura para captação e estocagem de água, também porque dá a oportunidade da sociedade civil construir parcerias com o setor público e fortalecer o debate para o desenvolvimento da educação contextualizada”, afirmou.        

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