Mobilizações ganham municípios do Semiárido

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O Brasil parou em mais um dia de protestos e paralisações contra as reformas da previdência, trabalhista e pelas Diretas Já. A #GreveporDireitos como está sendo chamada, envolveu todos os estados da Federação desde as primeiras horas do dia.

Na região semiárida, compreendida pelos estados do Nordeste e Minas Gerais, diversas cidades se uniram à luta. Segundo Cristina Nascimento, do Cetra e da coordenação executiva da Articulação Semiárido Brasileiro pelo estado do Ceará, “mais uma vez o povo do Semiárido estava unido a todos os demais povos do Brasil na luta em defesa dos direitos sociais e políticos, para que a gente retome o Brasil que vínhamos construindo, o Brasil democrático, da participação social. Para nós, é importante estarmos juntos da classe trabalhadora urbana, reafirmando o Semiárido vivo. Há um retrocesso que independente se é do campo ou da cidade”.
No Crato (CE), cerca de 500 pessoas participaram da caminhada realizada no centro comercial da cidade. José Antônio Noberto de Carvalho, 23 anos, do Assentamento 10 de Abril, espera que esse movimento possa influenciar o futuro do País. “A gente está nesta luta na greve geral, diante dessa conjuntura que destrói os direitos da nossa classe trabalhadora, pautando e resistindo a perda de direitos. Estamos aqui para manifestar nossa ideia de Diretas Já! De novas eleições para que a sociedade possa escolher um legítimo governante para governar nosso país para que nós possamos sair dessa crise. Então é gritar nenhum direto à menos! Chamando a  juventude para estar mais atuante em nossas comunidades e na região do Cariri”, diz.

Mulheres se sentem as mais prejudicadas com as perdas dos direitos | Foto: Neuzilane Oliveira

Celiane, 40 anos, (a esquerda da foto) faz parte do sindicato dos trabalhadores e trabalhadoras rurais da região. Para ela, as mulheres são as mais prejudicadas com as medidas que vêm sendo tomadas. “Nós mulheres somos as mais prejudicadas com a perda de nossos direitos, não podemos nos calar e deixar que isso aconteça. Por isso que estamos na rua que é nosso lugar de lutar!”

Em Ouricuri, Sertão do Araripe pernambucano, a juventude esteve à frente do trancamento da PE 122. No mesmo município, a BR 116 também foi bloqueada por trabalhadores rurais ligados aos sindicatos rurais da região e à Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de Pernambuco (FETAPE). Samara Santana, de 15 anos, participou do fechamento da PE 122 e defende: “estamos lutando pelos nossos direitos que estão sendo violados. Se não conseguimos reverter essa situação, vamos sofrer muito no futuro. Jovens, venham para as ruas lutar pelos nossos direitos que já são poucos!”.
Em Pesqueira, região Agreste de Pernambuco, a BR-232 também foi bloqueada na manhã desta sexta-feira (30). Sindicatos de trabalhadores urbanos, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Frente Brasil Popular de Pesqueira e indígenas do povo Xukuru do Ororubá realizaram o bloqueio em apoio à Greve Geral.

Em Juazeiro manifestantes pedem fim das reformas previdenciária e trabalhista | Foto: Karine Silva

Em Juazeiro (BA), cerca de 2 mil trabalhadores e trabalhadoras ocuparam as ruas da cidade. Segundo Cícero Félix, do Irpaa e da coordenação executiva da ASA pelo estado da Bahia, “o povo brasileiro sofreu um golpe, que continua sendo instalado no Brasil com a retirada de direitos. Congelou recursos da saúde, da educação, e quer tirar direitos trabalhistas e previdenciários. Por isso a ASA se integra a essa luta do Brasil pela garantia dos direitos, para que o povo não seja penalizado. Precisamos de eleições diretas já para garantir a democracia no país”.

A professora universitária, Vanderleia Andrade se juntou ao ato em Juazeiro em defesa de melhores condições de trabalho e por uma educação de qualidade. “É sempre bom estar nesse de unidade das classes trabalhadoras porque a nossa Nação está em risco. Precisamos vir às ruas porque essa é uma luta de toda a classe brasileira”.
 
No Semiárido mineiro, foram registradas manifestações em Virgem da Lapa, no Vale do Jequitinhonha, e em Montes Claros, norte do Estado. Já em Sergipe, a classe trabalhadora se concentrou em Porto da Folha e Poço Redondo.
 
Caminhada em Porto da Folha (SE)
 
Acompanhe a cobertura completa através do Facebook e do Twitter da ASA.
 
Com informações de Dani Bento (CDJBC), Karine Silva (Irpaa), Kátia Rejane (Caatinga), Neuzilane Oliveira (ACB) e do Brasil de Fato.
 

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