Agrobiodiversidade do Nordeste instiga debate no SemiáridoShow
Um espaço para discutir e promover a diversidade da agricultura dentro da 6ª edição do Semiárido Show 2015, realizado na semana passada (20 a 23), em Petrolina (PE). É nesse contexto que aconteceu o Seminário Acadêmico: “Agrobiodiversidade do Nordeste – Estratégias de apoio às ações locais e às políticas públicas junto a agricultura familiar”. O objetivo deste espaço é fortalecer as ações de resgate, conservação, uso, manejo, produção e comercialização dos recursos da socioagrobiodiversidade na região Nordeste.
Para iniciar os trabalhos, índios da tribo Tuxi, localizada no município de Abaré (BA), mostraram um pouco de sua cultura, fazendo um ritual de celebração do momento. Em seguida, foi feita a mesa de abertura composta pelos representantes da Embrapa, Valdir Stumpf e Pedro Gama, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Marenilson Batista da Silva e do Irpaa, Cícero Félix. Os convidados Leomárcio Araújo e Antônio Barbosa representaram o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e ASA Brasil, respectivamente. Todos destacaram a importância de promover a discussão num ambiente onde a maioria dos presentes eram agricultores e agricultoras familiares.
O primeiro dia do seminário (22) foi organizado em painéis apresentados em dois turnos. Pela manhã, foram apresentados aspectos da legislação sobre agrobiodiversidade. Os palestrantes apresentaram e discutiram o estado atual dos temas, bem como avanços e desafios da legislação brasileira sobre sementes e mudas. A evolução do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) e da Embrapa para garantir o acesso ativo dos/as agricultores/as aos bancos de sementes com vistas ao fortalecimento da agricultura familiar. À tarde, as políticas públicas, a produção e comercialização de sementes na agricultura familiar camponesa foram os assuntos predominantes. Na ocasião, os palestrantes falaram sobre as experiências locais com a produção e comercialização de sementes crioulas. Tanto no âmbito das organizações populares quanto das políticas públicas, considerando as estratégias locais de ampliação da autonomia dos/as agricultores/as, da segurança e soberania alimentar e nutricional e da construção social dos mercados nos territórios.
Ao final de cada painel, a plenária foi aberta e as/os participantes podiam fazer questionamentos e outras considerações. O estudante de agropecuária, Daivison Souza, que mora no Piauí, falou sobre o conhecimento adquirido no evento. “A gente sabe da riqueza que existe dentro da natureza, principalmente no Semiárido. Mas, um evento como esse eu aprendo mais e tenho certeza que já tenho mais argumentos para falar melhor e defender a agricultura familiar que possui tantas espécies de plantas e animais que muitas pessoas que estão lá fora não dão valor”, afirmou Daivison.
O evento é uma realização da Embrapa em parceria com o Irpaa e foi aberto ao público.