Produção de Alimentos Saudáveis é destaque em visita à agroecossistema familiar na comunidade São Francisco

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O Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semiárido Uma Terra Duas Águas (P1+2) utiliza, em seus componentes metodológicos, a abordagem sobre “Produção de Alimentos Saudáveis”. A iniciativa é composta por atividades para a família exercitar uma avaliação socioeconômica e ecológica do seu próprio agroecossistema.

Nesse sentido, o Centro de Educação Popular e Formação Social – CEPFS realizou, no último dia 20 de outubro, uma visita técnica junto à família de Maria das Dores e José Carlos, que residem com os filhos Rubenildo, Francisca e Filó, na comunidade São Francisco, em Teixeira (PB).

A visita foi construída a partir dos instrumentais “Linha do Tempo” e “Mapa Participativo” da propriedade, onde a família descreveu a sua trajetória de vida e o seu agroecossistema.
Na linha do tempo, a família reproduziu uma matriz cronológica que teve como objetivo o registro e a correlação dos principais eventos/acontecimentos, que marcaram a vida familiar, no agroecossistema, no decorrer do tempo.

Também foram construídos dois mapas participativos (de antes e de hoje), que constituem uma representação gráfica, permitindo visualizar a distribuição espacial dos diferentes subsistemas do agroecossistema, bem como a interação entre as diversas atividades proativas realizadas pela família. Essas ferramentas foram apresentadas em um encontro e visita a propriedade familiar com a participação de agricultores (as), além de técnicos de organizações sociais. A abordagem fortalece ainda mais o diálogo entre técnicos e famílias agricultoras.

“O valor dessa abordagem está em proporcionar as famílias um autodescobrimento, enquanto atores sociais que estão mudando, para melhor, a realidade da comunidade onde vivem”, comentou o coordenador do projeto José Rego Neto.

Após a apresentação dialogada da linha do tempo e dos mapas, foi realizada uma visita à experiência da família. No local, foram constatadas questões como o início de práticas agroecológicas, a conquista de tecnologias de convivência com o semiárido, a inserção no associativismo, a participação em atividades formativas e a comunicação popular.

“A partilha da experiência e o diálogo entre todas as pessoas é uma estratégia metodológica muito interessante, pois é a partir desses elementos apresentados coletivamente que podemos vivenciar e enxergar ainda mais nossas linhas de construção política para a convivência com o Semiárido”, destacou o assessor de comunicação da ASA, Daniel Lamir.

Cactáceas é uma das paixões de Rubenildo na relação com a natureza | Foto: Jessica Freitas

Uma das tecnologias conquistadas pela família foi o Sistema de Boia para Lavagem do Telhado, tecnologia desenvolvida para proporcionar a melhoria na qualidade da água para o consumo humano. Com o auxílio de uma maquete, o agente educador do CEPFS, Adailson Vital, demonstrou o funcionamento do sistema. “É importante ter também uma atenção para o manejo da água, pois apesar da eficácia do sistema da boia, se forem inseridos objetos contaminados dentro da cisterna, a água também ficará contaminada”, explicou.

O manejo da água faz parte de uma série de aprendizados que a família conquistou e compartilhou com orgulho. “Foi um processo riquíssimo, eu era muito tímido e não sabia como me expressar nos espaços, mas sabia que precisava encontrar um meio de mostrar minha opinião. Tive a oportunidade de participar das formações e aprendi que se eu não tivesse acreditado que era capaz não tinha construído tudo o que tenho hoje”, relatou Rubenildo.

E foi com orgulho que a família compartilhou sua história de vida, de luta e de aprendizados. “Eu me sinto orgulhosa de compartilhar minha vida e minha dor, pois já sofri muito, sofri e chorei, mas quem tem fé em Deus não desiste e hoje eu digo que venci. Quero mostrar para todos, o exemplo de minha vida”, conta Maria das Dores.

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