Famílias agricultoras comemoram 1º aniversário das feiras agroecológicas das regiões do Cariri, Seridó e Curimataú

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Produzir alimentos saudáveis, sem o uso de agrotóxicos, no quintal de casa e em convivência com o fenômeno de estiagem que atinge a região do Semiárido, tem sido o desafio das famílias que vivem da agricultura familiar que tem como base a Agroecologia. É nesta perspectiva que as famílias agricultoras do território do Cariri, Seridó e Curimataú buscam com muita resistência, incentivar o consumo desses alimentos e a promoção da qualidade de vida e da segurança alimentar e nutricional das famílias da região.

Feiras agroecológicas compartilham saberes e alimentos saudáveis | Foto: Arquivo Patac

  
Para tanto, realizam quatro feiras da agricultura familiar nos municípios de Soledade, Tenório, Juazeirinho e Cubatí e para comemorar o aniversário de um ano da comercialização do excedente da produção e do consumo desses alimentos, celebrarão, no próximo dia 23 (quarta-feira), em Soledade, um grande encontro que reunirá as famílias da região, consumidores e parceiros para comemorar este momento. O evento conta com a realização do Coletivo Regional das Organizações da Agricultura Familiar em parceria com a entidade de assessoria técnica e sócio-organizativa Patac. Também será comemorado os sete anos da Bodega Agroecológica do Coletivo, primeiro espaço de comercialização desses produtos neste território.

Uma grande feira será montada na Praça José de Melo, no centro de Soledade, a partir das 6h, onde as pessoas poderão encontrar: hortaliças, doces, bolos, polpas de frutas da região, galinha de capoeira, ovos, massas de milho (fuba e farinha), queijos, salgados integral, manteiga da terra, tapioca, mudas, artesanato, dentre outros produtos da agricultura familiar. O evento também contará com apresentações culturais e uma rádio interativa, e será finalizado com a partilha de um grande bolo, produzido pelas mulheres agricultoras da região, e que será degustado pelos participantes.

Há uma variedade de alimentos e produtos da cultura local | Foto: Arquivo Patac

Segundo a agricultora Maria Betânia Buriti, do município de Pedra Lavrada, esse momento de comemoração representa a valorização dos agricultores e agricultoras e está mostrando uma realidade diferente do que normalmente a mídia e outros setores da sociedade retratam sobre o Semiárido, que são informações pessimistas e imagens de um cenário de morte, seco e sem produção. “Comemorar a realização das feiras é reafirmar que as famílias agricultoras têm garantido a produção para o consumo familiar e comercialização, prezando pela sua soberania, segurança e qualidade”, avalia Maria Betânia.

A produção de alimentos saudáveis no quintal de casa é uma política de convivência incentivada pela a Articulação Semiárido Brasileiro (Asa Brasil) através dos programas de acesso água, Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). O P1MC e o P1+2 preveem a construção de cisternas e implementações (barragens, cisternas-calçadão, cisternas de enxurradas, barreiros-trincheiras, dentre outras) para capitação de água de beber e para produzir, respectivamente, estimulado por um processo de formação sociopolítico realizado com as famílias. Neste território cerca de sete mil famílias já foram apoiadas com essas tecnologias.

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