Campanhas alertam para necessidade de consumo saudável para garantia de segurança alimentar
Os camponeses e camponesas têm uma forte ligação com a terra e com o alimento que extraem dela. A comida carrega afeto e identidade dos povos de cada território. A partir dessa perspectiva as organizações que integram o Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN) lançaram a Campanha “Comida é Patrimônio”, apontando a necessidade de a sociedade repensar a relação que tem com os alimentos, fortalecendo-os como elementos da memória, da identidade e do afeto. Para o Fórum, reconhecer a comida como patrimônio constitui-se, em aspecto chave para fortalecer e revitalizar a defesa dos biomas e territórios, com suas especificidades culturais e com a luta pelo direito à alimentação adequada e saudável.
Com o objetivo de colaborar no debate da erradicação da fome e da pobreza em todo o mundo, a Cáritas Brasileira organiza a campanha “Uma família humana, alimento para todos”. A campanha pauta o direito à alimentação definido na Declaração Universal dos Direitos Humanos e combate a insegurança alimentar que pode acontecer por não haver produção de comida suficiente, por as pessoas não terem dinheiro suficiente para comprá-lo ou pela má distribuição causada pela desigualdade econômica e agravada por políticas e práticas desleais, tais como distorção de mercado – devido à especulação financeira excessiva em produtos alimentares -, os conflitos armados, o desvio de recursos alimentares do consumo para a produção de energia, o desperdício de alimentos e a falta de acesso a mercados para os produtores de países em desenvolvimento.
“No Brasil a Cáritas assume essa campanha no contexto dos 10 anos do programa Fome Zero, que já gerou inúmeras medidas favorecendo com programas milhares de famílias no país todo, superando em níveis elevados a fome e a miséria”, afirma Marcelo Lemos, articulador nacional da Cáritas. Falando, especificamente, do Semiárido brasileiro, Marcelo detalha: “as ações da Campanha articuladas com as ações de promoção e cuidado hídrico com as cisternas, o projeto de assessoramento a fundos rotativos solidários, o enfoque no modelo de educação, privilegiando a educação contextualizada, a emancipação das mulheres, o favorecimento de organização das comunidades locais para práticas coletivas de mecanismos sociais de produção e cuidado ambiental, a preservação do bioma, esses eixos políticos geraram entre outras coisas seminários, encontros regionais, oficinas temáticas, formação para as práticas de planejamento, monitoramento, avaliação e sistematização”.
Outra campanha que alerta a população da importância da qualidade dos alimentos consumidos é a Floresta de Alimentos, que integra o projeto Florestação, do Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (Cetra), organização da ASA, que desenvolve diversas atividades da campanha em municípios do Ceará. A campanha chama atenção para a necessidade de uma alimentação mais saudável, por conta da atual grande oferta de alimentos com altos teores de sal, gordura, aditivos químicos, além do uso de agrotóxicos e da transgenia. Para saber mais acesse: http://www.cetra.org.br/florestacao
