Sementes do Semiárido: o nascimento das casas de sementes

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Nascimento de uma casa de sementes | Foto: Arquivo FCVSA

Nascidas na década de 1970 por iniciativa da Igreja Católica junto a comunidades do Nordeste brasileiro, as casas de semente são organizações comunitárias que buscam a autonomia de agricultoras e agricultores com relação ao armazenamento de sementes, sem dependência de patrões. Com as casas de sementes, quem cultiva é quem é dono ou dona das sementes e ainda as compartilha com a comunidade, garantindo a soberania de todos e todas.

As casas de sementes funcionam através de sistema de empréstimo e devolução, sendo chamadas, em alguns locais, de “banco” de sementes. De acordo com Elzira Saraiva, técnica e sócia do Esplar – Centro de Pesquisa e Assessoria, o Ceará adota o nome “Casa de Sementes” desde a década de 1990 por conta da ideologia envolta na palavra “banco”, associada ao capital. Já a palavra “casa” dá a ideia de abrigo.

A proposta de mudança de nomenclatura foi discutida em reunião da Rede de Intercâmbio de Sementes do Ceará (RIS-CE), da qual Elzira é fundadora. No mesmo dia em que foi mudado o nome, os participantes do encontro pintaram “Casa de Sementes” no muro do Centro de Tecnologias Alternativas de Quixeramobim (CTAQ).

O espaço das casas de sementes tem uma importância além da preservação de espécies e da autonomia de produção de agricultores e agricultoras. O lugar também torna-se um importante ponto para realização de reuniões e debates sobre as comunidades.

As sementes guardadas no banco são doadas pelos sócios. Quem quiser fazer “empréstimo” devolve depois a quantidade que pegou e uma parte a mais para a manutenção do estoque. A seleção das sementes possibilita a reprodução de plantas sadias, produtivas e resistentes, adaptadas às condições locais.

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