Educação Contextualizada e Acesso à Água no Norte de Minas
Encontro contou com presença da sociedade civil e de órgãos públicos na região. | Foto: Adeilza Santos. |
“Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante”, com esta reflexão de Paulo Freire começou, no dia 10 de março, o 1° Encontro Territorial do Projeto Cisterna nas Escolas na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha, em Minas Gerais.
O projeto da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), Cisternas nas Escolas, surgiu para minimizar o efeito dos números do relatório Direito de Aprender, produzido em 2009 pelo Unicef, onde expõe que das 37,6 mil escolas da zona rural da região semiárida, 28,3 mil não são atendidas pela rede pública de abastecimento de água. Para diminuir essa realidade serão construídas 84 cisternas em escolas de 16 municípios do norte de Minas pela Cáritas Diocesana de Januária.
O Encontro Territorial contou com a presença de representantes da sociedade civil e órgãos públicos, como as Secretarias de Agricultura e Educação. O evento contribuiu para o mapeamento das escolas a serem trabalhadas a partir dos critérios de seleção tais como: acesso à água, disponibilidade do terreno para a tecnologia e prioritariamente o atendimento às comunidades tradicionais quilombolas e indígenas da região.
Um dos principais desafios encontrados é o fechamento de grande parte das escolas rurais, especialmente por causa da migração do campo para a cidade. Nesse cenário é importante fazer o debate da educação contextualizada para convivência com o Semiárido nas escolas como alternativa para permanência no campo, que é papel que o programa pretende cumprir para além do acesso água.
O compromisso assumido neste evento pelas organizações da sociedade civil do poder público é um importante indicativo de esperança e ânimo para o sucesso da temática da educação que é tão cara para a população do Semiárido.