ASA e MDS assumem parceria pela construção do acesso à água e da educação contextualizada do campo

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A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) realiza, através do Projeto Cisternas nas Escolas, a Oficina Pedagógica de Educação Contextualizada entre os dias 03 a 06 de março, em Juazeiro da Bahia. A Oficina tem como objetivo construir coletivamente passos metodológicos que contribuirão com as atividades que serão desenvolvidas junto às escolas rurais no Semiárido. Participam do encontro monitores e monitoras pedagógicos de 30 organizações que fazem parte da Articulação. 

A mística inicial provocou nos participantes a necessidade de refletir as diferenças entre ser um/a professor/a ou um/a educador/a e a importância do papel dessa profissão. A mesa de abertura do evento contou com o coordenador do Programa, Rafael Neves, e do integrante da Coordenação Executiva da ASA, Carlos Humberto. Carlos trouxe para discussão a importância da água como instrumento metodológico de educação e ainda destacou a escola e a educação do campo como uma política pública necessária para a convivência com o Semiárido.

A diretora de Estruturação e Produção do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS), Rossicleide Silva, também compôs a mesa. Sobre a parceria com a ASA na construção do Cisternas nas Escolas ela disse: “O MDS tem sido provocado em relação a assumir junto com o MEC, na área especificamente da educação do campo, uma ação para as escolas rurais dentro do tema acesso á água. Foi feita uma análise do censo da educação e vendo o tamanho dessa necessidade resolvemos executar essa ação, convidando a ASA, que é quem tem mais expertise e já vem executando esporadicamente experiências de cisternas nas escolas”.

Rossicleide destacou ainda que segundo o senso do MEC, as 5 mil cisternas que o programa vai construir corresponde a 50% das escolas do Semiárido brasileiro sem água ou sem estoque de água para os seus alunos.

No período da tarde houve a mesa de debate “Os desafios da educação escolar e as possibilidades da educação contextualizada”, mediada por Lucineide Martins do Instituto Regional da Pequena Agropecuária (IRPAA). Lucineide trouxe vários desafios enfrentados ao longo do desenvolvimento da educação contextualizada, sendo o principal deles o enfrentamento ao fechamento das escolas. “A cada dia 8 escolas rurais são fechadas. É preciso ocupar os espaços, os conselhos, fóruns que discutem a educação e fazer o debate”.  Em contraponto, ela trouxe ainda várias vitórias conquistadas que foram resumidas na fala de um agricultor que ela conheceu. Ele dizia que depois do acesso à educação contextualizada foi como “se tirassem uma venda para que ele pudesse ver melhor o mundo”.

É com o espírito de construir uma nova visão sobre o Semiárido, valorizando os saberes, fazeres e da cultura local que a ASA assume este desafio, fazendo como já dizia Paulo Freire, impregnando de sentido o que fazemos a cada instante.

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