Encontro avalia tecnologias sociais com famílias agricultoras

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“Com quantas cisternas se reinventa um Semiárido”, foi o mote do encontro | Foto: Arquivo Diaconia.

Com o mote “Com quantas cisternas se reinventa um Semiárido?”, a Diaconia promoveu na sexta, 13, o Encontro Municipal de Avaliação do Programa Uma Terra Duas Águas (P1+2), desenvolvido pela ASA e com financiamento da Fundação Banco do Brasil (FBB).
O evento aconteceu no auditório da Diaconia em Umarizal (RN), e reuniu mais de sessenta agricultores e agricultoras com objetivo de avaliar as ações do Programa no município, e discutir o impacto que as tecnologias de acesso à água causaram na vida das famílias do Semiárido.
 
Em Umarizal, foram implantadas 111 cisternas de segunda água, sendo 53 do tipo calçadão e 58 de enxurrada. Cada cisterna tem capacidade para armazenar até 52 mil litros de água de chuva, o que totaliza mais de 5 milhões e 700 mil litros de água, garantindo a autonomia das famílias agricultoras.
 
A programação contou com apresentação do P1+2, com resgate das ações promovidas no município, roda de diálogo sobre as tecnologias sociais de convivência com o Semiárido, além de exibição do média-metragem cearense “Dona Caroba em: Não troque o seu voto por água”. Para encerrar o dia de atividades, o público participante teve a oportunidade de avaliar todas as etapas que compõem o programa, desde a fase de seleção e cadastramento ao caráter produtivo, destacando os pontos positivos e negativos. Também foram avaliados a qualidade da tecnologia e o trabalho realizado pela Diaconia, enquanto entidade executora, assim como a equipe técnica que acompanhou todo o processo.
 
Antes da cisterna de placa de 16 mil litros, os agricultores e agricultoras contam que tiravam água de cacimbas para beber e cozinhar, como o caso de Francisco Gurgel, conhecido como Chico Raulino, que se deslocava mais de 600 metros para pegar água. Já para os animais e produção de hortas no quintal de casa, a água utilizada pelos agricultores e agricultoras nos períodos de estiagem era de poços e cacimbões: “A vantagem dessa cisterna é que a gente vai poder produzir o ano todo, até no verão. As cacimbas secam, mas a cisterna tem água direto. Sabendo usar, dá pra fazer muita coisa”, completa Chiquito da Cachoeira.
 
A professora Maria da Luz, do Sítio Caiçara, observa que antigamente as imagens que ela via na televisão sobre o sertão se referiam a região como lugar de fome e sede. “A primeira coisa que passava era a imagem da terra rachada. Hoje com essa crise de água em São Paulo, o Nordeste virou exemplo para o Sul, por causa das cisternas”, reflete.

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