Famílias cearenses participam de intercâmbio no Oeste Potiguar

![]() |
O intercâmbio aconteceu em Umarizal | Foto: Arquivo Dicaconia |
Entre os municípios de Jaguaretama (CE) e Umarizal (RN), são aproximadamente 200 km. A agricultora Ana Cláudia dos Santos, do Sítio Açude Pereiro, foi uma das que fez esse percurso, junto com outros dez beneficiários do Programa Uma Terra Duas Águas para participar do Intercâmbio Interestadual promovido nesta quinta-feira (29) pela OBAS (Organização Barreira Amigos Solidários), com o objetivo de conhecer as experiências de agricultores e agricultoras familiares e grupos produtivos acompanhados pela Diaconia no Oeste Potiguar.
A primeira visita foi realizada na área produtiva do agricultor Joilson Azevedo, que mora no Sítio Água Branca em Umarizal e produz hortaliças e cultiva fruteiras, desenvolvendo técnicas de convivência com o Semiárido. Na oportunidade, os participantes ainda conheceram o Engenho da comunidade que está em processo de revitalização, depois de anos desativado.
A agricultora Ana Cláudia se surpreendeu com a plantação de algodão mocó que Joilson ainda hoje cultiva em aproximadamente um quarto de hectare. “Lá no Ceará a gente chama de Algodão Preto. Eu já trabalhei na colheita, mas fazia muito tempo que eu não via uma plantação dessa”, comenta Ana Cláudia.
De acordo com o Assessor Político-Pedagógico Igor Arruda, embora seja pouco cultivado atualmente, o algodão mocó foi muito importante para o desenvolvimento econômico do estado potiguar, além disso, trata-se de uma variedade mais resistente às secas e às pragas. “Na região, dificilmente você encontrará esse tipo de algodão, em outro quintal. O Joilson é um dos poucos agricultores que felizmente ainda preserva essa cultura”, completa.
A segunda experiência visitada foi em Caraúbas, no Assentamento Primeiro de Maio, ao grupo de mulheres “Unidas para Vencer”. Formado por oito agricultoras, o grupo produz coletivamente em um hectare, hortaliças, frutas e plantas medicinais, que são comercializadas na comunidade e na feira agroecológica da cidade.
Por último, os intercambistas conheceram o quintal produtivo de Damiana e Lázaro e as tecnologias sociais que o casal tem na propriedade, como biodigestor, aviário, cisterna de consumo, pocilga e um pequeno criatório de peixes que ainda está em fase experimental.
“A gente fica muito feliz em receber esses intercâmbios na nossa comunidade e na nossa casa. A gente tenta passar um pouco do que a gente sabe, mas a gente também aprende bastante”, conta a agricultora Damiana que aproveitou para pegar dicas de como fazer um canteiro econômico, capaz de produzir mais utilizando menos água.