Movimentos Camponeses realizam atividades agroecológicas em Sergipe

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Movimentos também realizaram uma feira agroecológica | Foto: Arquivo CDJBC

Entre os dias 23 e 25 de setembro, no município de Poço Redondo, Alto Sertão Sergipano, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e o Centro de Formação em Agropecuária Dom José Brandão de Castro (CFAC) realizam um conjunto de atividades para fortalecer a Agroecologia no Estado. 

As atividades iniciaram na noite do dia 23, na sede do Teatro Raízes Nordestinas com o lançamento do filme “O Veneno Está na Mesa II”, e contou com a participação da militância dos movimentos sociais, de estudantes da Escola Municipal Justiniano de Melo e Silva e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) debatendo sobre os riscos dos agrotóxicos à saúde humana e da natureza, sobre o agronegócio, mas pautando a agroecologia como forma alternativa de produção de alimentos.
Na quarta feira (24), ainda na sede do teatro foi realizado o Seminário Regional de Agroecologia do Programa de Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária (Ates). O objetivo desse momento foi trazer a problemática do agronegócio na região, os problemas ocasionados pelo uso do veneno e quais as possíveis soluções do problema.

O seminário contou coma participação de famílias camponesas, famílias assentadas pela Reforma Agrária, pela militância dos movimentos e técnicos/as da assistência técnica na região. Pela manhã um painel trouxe o debate sobre o agronegócio e seus impactos na região, mas reafirmou a importância da produção camponesa e suas práticas tradicionais como formas de enfrentamento e resistência camponesa.

A participação do Ministério Público do Trabalho de Sergipe, posicionando-se contra o uso dos agrotóxicos serviu de estímulo para retomada da Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida na região.

Pela tarde, a RESEA (Rede Sergipana de Agroecologia), ajudou na construção um novo olhar para o território isso a partir das potencialidades da região. Para Ram Sashi, engenheiro florestal que contribuiu na metodologia: “Nós fazemos isso a partir de uma construção e análise coletiva, e daí observamos as dificuldades e potencialidades a partir do conhecimento das camponesas e camponeses, para assim construir estratégias para fortalecer o campesinato”.

Como parte das atividades, o MPA organizou também sua I Feira cultural Camponesa.  A feira já começou na noite do dia 24, com uma animada noite cultural recheada de muita cultura popular, onde várias apresentações teatrais, xaxado mirim, artistas locais e a participação especial de Pedro Munhoz deram o tom da feira para o dia seguinte.

Durante todo o dia 25, a praça da matriz de Poço Redondo foi palco da rica diversidade da produção agroecológica camponesa de frutas, verduras, legumes, queijo, ovos, mel, comidas típicas, bordados, artesanatos, sementes crioulas, cordéis, e remédios naturais

Durante o momento da feira, ocorreram também oficinas de práticas agroecológicas como biofertilizantes, defensivos naturais, minhocário, produção agroecológica de leite, saúde do solo e feno.
Como estratégias para o fortalecimento da identidade e cultura camponesa foram feitas visitas pedagógicas com crianças e adolescentes da região, no Teatro Raízes Nordestinas, no Centro Mestre Tonho, e na própria Feira Cultural.

As atividades encerraram com uma missa celebrando a fartura, a beleza e o poder do campesinato na região. Para a militante do MPA Rodjane Matos , a feira serviu para divulgar o que os camponeses produzem agroecologicamente mesmo com as dificuldades do clima, e também como forma de reafirmar a identidade camponesa e a importância de sua organização no Movimento dos Pequenos Agricultores.

“Esta feira configura-se como um momento importante para a construção da aliança camponesa e operária, do homem do campo e da cidade em prol da soberania alimentar do povo”, afirmou Rodjane.

 

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