Educadoras/es da EFA Ibiapaba realizam formação em educação do campo e pedagogia da alternância
“A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer”. (Paulo Freire)
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| “O Segredo é o Mutirão” | Foto: Karol Dias |
Esse pensamento de Paulo Freire define bem o encontro que reuniu parte do coletivo de educadoras/es voluntárias/os da Escola Família Agrícola Chico Antonio Bié (EFA Ibiapaba) de Tianguá, nos dias 13 e 14 de setembro em Camocim/CE. O momento foi de refletir suas práticas de ensino, os desafios da educação do campo e de nivelar entendimentos sobre a metodologia das Escolas Família Agrícola (EFAs).
João Emílio, secretário executivo da Associação das Escolas Famílias Agrícolas do Piauí (AEFAPI) e que há 22 anos atua em EFAs conduziu momentos de diálogos e construção de saberes. Iniciou tratando do diferencial da EFA e de seu objetivo que é “formar sujeitos sociais atuantes” e ainda, instigou as/os participantes com a pergunta: “Porque a EFA?”.
Entre outras respostas, o grupo respondeu que é para “desconstruir a imagem de que o campo é um lugar ruim”, que proporciona “uma educação contextualizada com a realidade”, “valorização da identidade campesina individual e coletiva” e “quebra de paradigma do ensino convencional”. João concluiu que a “EFA está à frente, vem com o desafio de educar jovens, fortalecer a agricultura familiar, contribuir para um mundo mais justo e solidário”.
Os diálogos convergiram para o entendimento de que a EFA se apoia em quatro pilares principais que devem ser objeto da atenção das/os educadoras/es: a Associação envolvendo mães, pais, entidades, ex-alunas/os, entre outros; a Pedagogia da Alternância que alterna o período letivo entre “sessão escolar” e “sessão familiar”, ou seja, as/os educandas/os passam metade do mês na escola e outra na comunidade praticando o aprendizado; a Finalidade que é a formação integral para uma atuação crítica tanto social quanto profissional e o Desenvolvimento do Meio de forma sustentável.
Na tarde do primeiro dia de encontro e na manhã seguinte, o tempo foi dedicado a apropriação de um dos instrumentais pedagógicos mais importantes desse modelo de ensino que é o Plano de Estudo (PE). Através dele a escola, a família e a comunidade se integram proporcionando a aprendizagem das disciplinas mediante o estudo de temas geradores.
Os temas são definidos na semana pedagógica que acontece antes de iniciar o ano letivo e contextualizam com a realidade das/os educandas/os. Porém, aproveitando o momento formativo a equipe foi motivada a exercitar o olhar para essa realidade e indicar assuntos que já devem ser trabalhados no próximo ano (2015), e, de que forma cada um deles se inter-relaciona com as diversas matérias.
Na mística de encerramento, todas/os ligaram as mãos formando um círculo para ouvir um texto com a mensagem que “O segredo é o mutirão”, reafirmando o compromisso assumido com esse projeto, com a interação do grupo e o fortalecimento de sua atuação docente.
