Instituto Chapéu de Couro realiza Intercâmbio Intermunicipal

Grupo de agricultores e agricultoras conheceram a experiência da BAP | Foto: Arquivo ICC

E de onde parecia que nada iria brotar, do chão esturricado surgem ondas de verde – nas mais diferentes tonalidades – com pitadas de vermelho, amarelo. Estamos em terras de Coronel Ezequiel, Serra de Cuité, que mesmo com o clima ameno sofre com as estiagens. Mas aqui as mudanças também estão chegando, com a implantação de tecnologias do Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semiárido, da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA).

E foi no sítio de seu Antonio Juncundino – mais conhecido como Antonio Ventola -, dona Iracema e filhos, que fomos recebidos para o primeiro dia do intercâmbio realizado pelo Instituto Chapéu de Couro (ICC) com agricultores de Santo Antonio e Passa e Fica. A visita ao redor da casa, rica em experiências exitosas, nos trouxe ainda mais conhecimento às boas experiências praticadas pela agricultura familiar.

O segundo dia do intercâmbio foi marcado pela euforia do primeiro dia e por mais mudanças de paisagens, quando seguimos de Coronel Ezequiel para Lajes Pintadas, para uma visita ao sítio de Giliarde e Josicleide. Lá na comunidade novas tecnologias de convivência com o semiárido – além de cisterna calçadão – nos aguardava: uma Bomba d'Água Popular (BAP) e um Barreiro Trincheira, que vem impulsionando a produção de frutas, legumes e verduras na região.

As refeições feitas nas duas visitas continham muitos produtos colhidos nos quintais produtivos. A comida foi recebida por todos como um presente das mulheres, que com sua força e leveza enchem de beleza os nossos olhos e de fartura os nossos estômagos.

Os dois dias proporcionaram ao grupo, além de uma boa troca de experiências agroecológicas, um desejo ainda maior de permanecer em sua terra, aprendendo a difícil tarefa – como dizia o poeta Carlos Drummond – de conviver: consigo, com o outro, com a terra, com a natureza.