Oficina de sistematização: contribuindo com o olhar sobre a comunicação da ASA

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Sergipe e Alagoas realizam oficina de sistematização de experiências | Foto: Asa Alagoas

Nos dias 05 a 07 de agosto, comunicadores/as populares da ASA, agricultoras e representante das coordenações estaduais dos estados de Sergipe e Alagoas reuniram-se no município de Canindé do São Francisco- Se, para refletir e aprofundar o olhar sobre o processo de sistematização de experiências na perspectiva da Comunicação Popular no contexto do Semiárido.

A acolhida na manhã do dia 05 foi marcada por uma bela roda de ciranda, conduzida e animada pelos comunicadores\as de Sergipe, refletindo que para uma boa comunicação em rede é preciso acertamos o passo, assim como numa ciranda.

Na sequência Aparecida Amado, Assessora Pedagógica da ASA Sergipe, significa o encontro, como sendo um passo importante para comunicação dos dois estados, destacando a participação dos/as representantes das Coordenações estaduais para o fortalecimento da Politica Nacional de Comunicação da ASA. Cinthia Cristina, Assessora Pedagógica de Alagoas, lembrou que o momento é resultante de um esforço dos estados em colocar na prática as ações proposta no planejamento dos dois estado, onde a sistematização de experiências aparece como estratégia de fortalecimento para comunicação em rede.

Em seguida, o debate sobre foi sobre a arte de sistematizar experiência, levando o grupo a refletir sobre  as seguintes questões  “O que é uma sistematização de experiência”; “quem realiza”; “como são escolhidas”; e se “há validação”    De modo geral as repostas foram as seguintes: “ Sistematizar é usar os meios que temos para traduzir o que as experiências das famílias tem no semiárido”; “é uma forma de contar histórias, através de relatos de experiência e/ou problematizando diálogos/denuncias… “; 

Dona Netinha da coordenação estadual do estado de Sergipe colabora com o debate trazendo a seguinte reflexão: “Quem primeiro sistematiza é a pessoa que dentem a experiência, por que é ela quem tem as respostas e os passos. O que os outros fazem é escrever, por isso precisa saber ouvir e ouvir bem”. Para ela uma boa sistematização levanta a estima das pessoas.

Para aprofundar o olhar sobre o papel de sistematizar, foi realizada a leitura em grupo do texto O olhar insubordinado, da jornalista Eliane Brum. A proposta era analisar pontos convergente e divergente do texto em relação ao debate feito pela manhã.

No segundo dia os/as participantes puderam colocar na prática as reflexões sobre a arte de sistematizar colhidas no dia anterior. Onde a frase mais marcante parece ter sido a da Jornalista Eliane Brum, “Olhar é um ato de silêncio”. Com esse aprendizado  foram divididos em grupos e seguiram com destino as seguintes localidades e experiências: Piranhas Cidade (Associação dos Artesãos em Couro de Tilápia); Distrito de Piranhas Piau,  o Sítio Doce ( quintal produtivo) e Sede de Canindé (Rádio Comunitária Amanhecer).

Metodologicamente as visitas tiveram uma pessoa que ajudou o grupo a fazer a visita considerando passos sequenciais que ajudariam na sistematização das experiências, como: os aspectos físicos, subjetividades, mercado, consumo e inovações tecnológicas. Nesse processo o sentir, tocar, as descobertas naturais a partir do tato e contato foi o tom mais forte das visitas.

Após as visita foi chegada a hora de partilhar as emoções das colheitas. Cada um pode partilhar suas impressões em tocar e vivencias as experiências e vidas dos grupos. Hora de fazer aquela emoção toda ganhar vida nas páginas dos boletins.

Para alguns vivenciar a experiência da vista e da sistematização coletiva foi algo tão desafiador quanto encantador. Assim define Everton Andrade, assessor técnico do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), “Pra mim tudo é novo, eu sou da área técnica e nunca tinha visitado um quintal.  Achei muito bom esse exercício de sistematizar junto aprendi até a fazer cordel”, relata.

No dia seguinte, ainda cheios de cheiros, encantos e emoções as equipes compartilharam seus banner e boletins. Um dos grupos buscou aproximar a linguagem da sistematização o mais próximo dos agricultores, e apostaram no texto em cordel, para muitos uma ideia bacana e inovadora.

Para finalizar o encontro, em circulo foi lida a síntese do ato de sistematizar em um cordel produzido pela comunicação de Sergipe durante o encontro.

Cordel

Tintas que contam vidas
Palavras que ganham cor
Revelando o invisível
De Marias e Arnôs

A verdade só é vera
Se alguém  a relatou
Ouvir  exige silêncio
Ouça  por favor.

O nosso sujeito é simples
Composto, oculto…
Não o trate como ator

O caminho é ida e volta
Cada um tem seu valor
Na faculdade da vida
Todo mundo é doutor.

O saber compartilhado
Vira tema gerador
Modifica consciências
Tem poder transformador.

Botar letras no papel
Num plástico ou num visor
Exige-nos beber a vida
Ser fiel ao portador
Seja prosa ou poesia
Deixe fluir o amor.

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