Mulheres cisterneiras têm transformado o Semiárido

"Mulheres unidas, Semiárido transformado!"
Compartilhe!

Mulheres cisterneiras participam de capacitação | Foto: Arquivo Techne

Em Acauã, comunidade quilombola localizado no município de Poço Branco, foi realizado no final de julho o curso de capacitação de cisterneiras e cisterneiros para a construção de cisternas-calçadão, com a participação de cinco mulheres e cinco homens.  Esse curso é parte do programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da ASA executado pela Techne na região.

Cuidar da água da comunidade e de toda a família sempre foi uma tarefa da mulher do Semiárido. E isso não é diferente na vida das mulheres que estão participando do curso. Sempre participando da vida política de Acauã, Francisca, Iranilda, Tereza, Márcia e Rosineide aceitaram  mais um  desafio de participar do curso de cisterneiras e cisterneiros  na comunidade em que moram.

Protagonistas em diversos processos políticos de Acauã, elas conquistaram as cisternas para as famílias e, agora, aprendem a construi-las. O curso que durou dez dias, foi realizado com muita alegria e esforço dessas mulheres que enfrentaram diversos preconceitos e desconfiança ao realizar uma atividade que sempre foi considerada um trabalho para homem.

Ao participar desse curso, as mulheres lutam contra essa realidade que separa trabalho de homem e de mulher. Lutam por direitos iguais entre homens e mulheres de sua comunidade e de todo Semiárido.

Com o curso, as mulheres não são somente beneficiárias do programa P1+2 e começam a ser protagonistas no processo de construção dessas tecnologias sociais de convivência com o Semiárido.

A mulher que sempre foi incumbida de cuidar da casa, da família e de carregar a água muitas vezes por vários quilômetros, desde sempre comprovou que as características de fragilidade e incapacidade de realização de algumas atividades dadas as mulheres não são verdadeiras. 

Existe uma diferença grande para a sociedade quando uma mulher constrói uma cisterna para um homem, pois embora tecnicamente não exista diferença alguma, isso contribui para a aquisição de uma nova fonte de renda, para o fortalecimento da sua identidade como agricultora, além de contribuir para  quebrar os paradigmas da divisão sexual do trabalho, que impõe uma desvalorização do trabalho da mulher em relação ao dos homens.

Com as cisternas construídas, muitas famílias que tinham resistência em aceitar a construção por mulheres viram que são tão bem construídas quanto as dos homens e voltaram atrás, elogiando e admirando o trabalho realizado pelas mulheres de Acauã. Pessoas de comunidades diferentes passaram a visitar Acauã para conhecer as tecnologias construídas por mulheres.

“Mulheres unidas, Semiárido transformado!”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *