Capacitações mobilizam famílias para ampliação de conhecimentos e práticas nas comunidades

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“Eu já andei muito nesse mundo, passei muita privação no tempo da seca, às vezes a gente tinha muito pouca água. Hoje eu estou muito feliz porque a gente pode ficar na terra da gente. E depois dessa oportunidade da ASA, que só veio pra nos ajudar, a gente pode ter uma cisterna em casa e cuidar da água guardada para produzir os alimentos que vamos comer. A gente aprende muitas coisas nesses cursos, aprende a guardar as sementes que é da nossa terra e tantas coisas que vão ser usadas na nossa comunidade pra melhorar nossa vida.”

Essa fala é de Dona Maria Ferreira, moradora do Assentamento Mozondó, município de Santana, que tem uma cisterna-calçadão e participou de forma efetiva das capacitações, mobilizações e construções realizadas pela ASA na comunidade, através da Acefarca, uma associação que atua na região oeste da Bahia.

A capacitação teve participação ativa dos agricultores e agricultoras de 13 comunidades rurais do oeste baiano | Foto: Vanderleia Costa

No mês passado, aconteceram os cursos de Sistema Simplificado para Manejo de Água (SSMA) com famílias do município de Santana, na Bahia, moradoras das comunidades de Ponto Certo, Utinga, Coqueiro, Riacho Seco, Mozondó, Assentamento Mozondó, Barreirinho, Patos, Tataíra, Caracol, Poços, Lagoa de Dentro e Sariema.

Vários foram os assuntos abordados com as famílias que farão uso das tecnologias de captação de água da chuva para produção de alimentos. Alguns temas ganharam destaque nas discussões e aprofundamento de conhecimentos feito dos agricultores e agricultoras: a exploração de terras e biomas, destacando o problema da monocultura e as ameaças do agronegócio – um modelo influenciado pelo poder do capitalismo, causando a perda da cultura indígena, quilombola e outros povos tradicionais; o uso de agrotóxicos e suas consequências para os humanos, animais e meio ambiente; a preservação e conservação das sementes crioulas; preparo e aplicação de defensivos naturais; o uso de biofertilizantes nas propriedades, sendo um produto agrícola de baixo custo e sem degradação do meio ambiente.

Com muito entusiasmo, os agricultores e as agricultoras participaram ativamente do curso e contribuíram de maneira exitosa com os temas abordados e discutidos, além de experimentarem de forma coletiva fazer os compostos orgânicos, adubo curtido, coberturas mortas, biofertilizantes, enxertia de frutas, calda bordalesa e canteiros econômicos.

É dessa forma que as atividades propostas pela ASA se concretizam e contribuem para a melhoria da qualidade de vida das famílias agricultoras. Com esse propósito, a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) vem atuando em diversas regiões da Caatinga com atividades de mobilização, formação, construção e avaliação, sendo concretizadas através do Programa de Formação e Mobilização Social Para a Convivência com o Semiárido, que abrange o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) e o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2).

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