Troca de Experiências entre Minas e Bahia fortalece estratégias de convivência com o Semiárido

Compartilhe!

Minas e Bahia trocam ideias sobre agricultura familiar | Foto: Arquivo CAA/NM

No intuito de fortalecer as práticas agroecológicas, o Centro de Agricultora Alternativa do Norte de Minas-CAA/NM, unidade gestora do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), levou cerca de 45 agricultores para conhecer as tecnologias sociais e experiências de convivência com o Semiárido desenvolvida pela organização Acefarca Correntina, que faz parte da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). Entre os dias 15 e 17 de julho, os agricultores tiveram a oportunidade de conhecer experiências agroecológicas exitosas em Santana, cidade do Oeste da Bahia. 

Com alegria e sorriso estampado no rosto os agricultores dos municípios de São João da Ponte (MG) e de Capitão Enéas (MG), viajaram aproximadamente 547 km e puderam conhecer novas possibilidades de trabalho além de quebrar o silenciamento de suas práticas, pois se sentiram valorizados nos seus modos de agir e de viver. Durante os dias de visitação foi possível trocar ideias, informações, fortalecer as práticas agroecológicas já utilizadas pelos agricultores norte mineiros.

No primeiro dia de visita o grupo Sementes do Amanhã, composto por mulheres da comunidade de Morrinhos, município de Serra Dourada/BA, recebeu os agricultores(as) e contou-lhes a história de luta e persistência para criação e manutenção do grupo que produz e comercializa alimentos derivados da mandioca. “O Sementes do Amanhã se fortaleceu através das ações coletivas da comunidade, não tivemos apoio de político, é conquista da comunidade”, afirma Elisnúbia Maia, uma dos membros do grupo.

Na troca de experiências, os agricultores discutiram as dificuldades em acessar o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que objetiva promover a inclusão social e econômica no campo por meio do fortalecimento da agricultura familiar. Segundo eles, a burocracia atrapalha o processo, mas não pode ser um fator de desânimo que atrapalhe seus objetivos de ampliar a comercialização de seus produtos.

Os agricultores visitaram ainda a comunidade de Lagoa de Rufino, onde conheceram um quintal de produção agroecológica, uma casa de sementes e uma produção de mel. Na comunidade de Bela Vista do Capim e Piri Piri, conheceram produções orgânicas de hortaliças e as cisternas de produção do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Por último os intercambistas participaram de um encontro na Escola de Família Agrícola de Santana que desenvolve uma educação contextualizada a partir de experiências agroecológicas.

Na avaliação, os agricultores e agricultoras mineiros partilharam o que aprenderam. Seu Hélio Mozart Pereira Ramos, assentado da Reforma Agrária afirmou que “o conhecimento no intercâmbio vem à tona no sentido de não nos silenciar”. “A alegria de ver as pessoas trabalhando com a terra, mesmo quando pequenas, valoriza as coisas pequenas que temos nos nossos quintais”. O intercâmbio proporcionou o sentimento de que as pequenas ações tem um grande poder para transformar as vidas no Semiárido Brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *