Troca de saberes: agricultores/as compartilham a sua convivência com o Semiárido

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Agricultores e agricultoras durante visita de intercâmbio | Foto: Maria José

Em busca da valorização da convivência com o Semiárido, aconteceu nos dias 10 e 11 de julho o segundo intercâmbio intermunicipal entre os agricultores e agricultoras do Município de Jussiape, na Bahia. A atividade contou com grande maioria de mulheres, para mostrar experiências exitosas de agricultores/as com uso de tecnologias sociais voltadas para a produção. O intercâmbio foi realizado pela a ADIPS- Associação Diocesana de Promoção Social, unidade gestora do Programa Uma Terra e Duas Águas, da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA).

Um grupo de 17 agricultores/as visitou a comunidade de Baraúnas, no município de Rio de Contas. A comunidade conquistou a tecnologia social: cisterna-enxurrada. As famílias visitadas desenvolveram experiências agroecológicas de produção de alimentos e técnicas de plantios adquiridas na capacitação SISMA, como também a utilização correta de defensivos naturais como forma de imunizar a plantação.

A primeira visita ocorreu na propriedade de Dona Maria e Seu Adão, casal que se tornou exemplo de convivência com o Semiárido com a plantação de hortaliças, demonstrando que com coragem e força de vontade pode-se mudar a realidade, aproveitando as oportunidades adquiridas. Seu Vadim, agricultor familiar da comunidade de Jussiape, contribuiu dando dicas à família de como podem evitar problemas na qualidade das hortaliças, afirmando que até mesmo o uso excessivo de adubo pode prejudicar o desenvolvimento da plantação. Com sua sabedoria popular, o agricultor trouxe também conhecimentos em relação a remédios caseiros.

No decorrer do dia, foi visitado também o quintal de D. Emília Santana, que cultiva uma diversidade de alimentos utilizados para alimentação da família, entre eles: alface, rúcula, cebola, banana, quiabo. Em outro momento, a visita ocorreu na propriedade de Sr. João, o agricultor que aprendeu técnicas de plantio através dos cursos de capacitação, mostrou que o conhecimento adquirido foi colocado em prática e obteve bons resultados.

Como forma de reflexão, visitou-se a propriedade de D. Emília Borges, que na região era referência em relação ao plantio de hortaliças e também de melancia. A agricultora contou-nos que adquiriu uma boa renda com a plantação. Atualmente, a propriedade não produz na mesma quantidade e qualidade, tendo em vista que houve uso inadequado de água, já que a agricultora não seguiu as instruções das capacitações do GAPA e SISMA. Dona Emília diz que serviu como aprendizado, com as próximas chuvas e cisterna cheia saberá gerenciar a água para que possa produzir durante todo o ano.

O intercâmbio foi uma verdadeira festa, ao final foi feita uma roda de bate-papo para que os agricultores/as falassem de suas impressões em relação às experiências visitadas. Por fim, o agricultor Jairo tocou violão e músicas sertanejas para embalar o encontro.

O intercâmbio intermunicipal tem como finalidade socializar troca de conhecimento entre agricultores que incentive o desenvolvimento sustentável do Semiárido. 

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