A construção de um sonho
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Expectativa. Esta foi a palavra que marcou o início da capacitação de pedreiros, ocorrida na comunidade de Gameleira, no município de Paramirim (BA), para a construção das tecnologias sociais do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O P1+2 trouxe à comunidade, particularmente para a família do Seu João Cruz, em cuja propriedade foi construída a primeira cisterna-calçadão e ministrada a capacitação, a oportunidade de vida digna, reconhecendo as potencialidades do Semiárido.
Inicialmente, os pedreiros receberam uma cartilha com as primeiras instruções, contendo o passo a passo sobre o processo de construção da cisterna-calçadão e da cisterna-enxurrada. É neste processo de construção que os pedreiros aperfeiçoam a técnica ao tempo em que são monitorados pela família e pela equipe técnica da Associação Diocesana de Promoção Social (ADIPS), entidade gestora do P1+2 na região de Livramento de Nossa Senhora. Em colaboração, as famílias auxiliam no trabalho de servente.
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Cartilhas sobre as tecnologias são utilizadas nas capacitações com pedreiros/as | Foto: Maria José |
O curso teve duração de dez dias, com a participação de 20 pedreiros oriundos dos municípios de Paramirim, Aracatu e Brumado. O instrutor, Seu Osmar de Sousa, fala da importância em passar o seu aprendizado e como a realização deste trabalho possibilita a construção de novas amizades. Há 14 anos trabalha na construção de cisternas de placas para consumo e, desde 2008, constrói cisternas para produção de alimentos.
A capacitação de pedreiros é uma das etapas do projeto, com o objetivo de que as construções sejam feitas de forma segura e de acordo com os padrões estabelecidos pelo programa.
Seu João está cheio de entusiasmo pela conquista da tecnologia e a possibilidade de plantar com a certeza que irá colher. “A cisterna trará um grande benefício. Com a chuva enchendo a cisterna poderemos plantar no geral e aumentar a produção mesmo na época da seca”.
A implementação de tecnologias sociais para a captação e armazenamento de água para produção de alimentos, bem como para criação de animais de pequeno porte, contribui para a transformação social, ampliando a convivência sustentável e solidária com o Semiárido, além de gerar emprego para pedreiros e pedreiras da região.