Roda de conversa discute Educação do Campo e Comunicação Popular
Roda de debate entre os participantes | Foto: Arquivo Espaf/CE |
Lutas, desafios e o sonho de transformar a realidade do campo através da educação mobilizam educandas/os, educadoras/es, mães, pais e instituições da sociedade civil na construção de um projeto educativo para as/os jovens rurais. Assim está se estruturando a Escola Família Agrícola Chico Antonio Bié (EFA Ibiapaba), que com “a cara e a coragem” iniciou suas atividades pedagógicas há pouco mais de duas semanas em Tianguá.
Desde então, educandas/os já começam a refletir de forma mais crítica, partilhando saberes em contexto com a realidade. Isso ficou claro quando começaram a falar de sua vivência na EFA em roda de conversa sobre Educação do Campo e Comunicação Popular, que aconteceu dia 19 de março, à noite.
Nesse momento, após apresentação da importância da comunicação e da sistematização de experiências na desconstrução da imagem negativa que a grande mídia faz do espaço rural, uma dinâmica facilitou o diálogo sobre a mudança do ensino convencional para a educação contextualizada.
Empolgadas/os com um chapéu que “circulava” contendo perguntas, disseram dos planos para as atividades que irão desenvolver nas comunidades, da saudade de casa e das/os amigas/os, das novas amizades que construíram na primeira sessão de aulas, das dinâmicas e momentos de mística e ainda, da necessidade de valorizar a agricultura orgânica e aprender para ensinar.
Como bem disse o educando Carlos André, “hoje em dia o desenvolvimento da gente é a partir da educação e se eu tenho um procedimento pra ensinar é que eu vou valorizar o que eu já aprendi, vou poder passar o que eu aprendi para outras pessoas”.
Sobre as/os educadoras/es que são voluntárias/os, tendo em vista que a EFA não possui recursos financeiros para esse fim, o educando Lucas Santos afirmou: “essas pessoas que estão vindo aqui ser voluntárias, elas têm muita força de vontade e acreditam nesse trabalho que está sendo realizado nessa escola, porque elas querem que a agricultura se desenvolva mais, e, que os filhos de agricultores não tentem procurar mais trabalho fora do campo, que tentem ficar no campo, dar um pouco mais de si para a agricultura no Brasil”.
Nesse sentido, a educanda Liliane Maria diz que daqui a três anos se vê como uma “boa profissional” ao concluir o curso Técnico em Agropecuária. Jorgiel considera que a partir do curso vai “melhorar a produção… e também como ser humano na família e no meio social”.
Assim, esse foi um momento rico em troca e soma de conhecimentos, de reflexões sobre a educação que queremos construir e de energias positivas irradiando.