Microfórum Cearense pela Vida no Semiárido realiza reunião de planejamento do novo ano
Equipe do Microfórum em visita a tanque de pedra | Foto: Thibério Azevedo/Arquivo Cetra |
Fevereiro foi um mês de renovar os sentimentos e os ideais de atuação dos membros do Microfórum Territorial dos Vales do Curu e Aracatiaçu Pela Vida no Semiárido. O grupo se reuniu no Centro de Treinamento Diocesano (CETREDI), no dia 11 desse mês, em Itapipoca, com o objetivo de avaliar o ano de 2013 e planejar as atividades de 2014.
Para Paulo César, que faz parte da coordenação do Fórum e da equipe técnica da Cáritas Diocesana Regional de Itapipoca, a reunião foi um momento muito desejado, de encontro com as pessoas dos municípios, para ouvir suas demandas e compartilhar as ações. “Foi um momento muito positivo, de muita consciência e clareza das pessoas que estavam lá, e saímos com um produto que vai iluminar esse ano de 2014”, declara a respeito do calendário planejado por todos.
Entre algumas lutas a se enfrentar esse ano, a sensibilização para a preservação do rio Curu foi a mais lembrada. “Nesses cinquenta anos eu vi o brilho das areias do rio, vi as pessoas tirarem o sustento do Rio Curu e hoje ele está poluído”, lamenta Seu Valdeci, agricultor de Pentecostes. Ele e a dona Zeneide, membro do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Pentecostes, lembram com saudades as brincadeiras, na época da infância no rio. “Eu lembro que todos tinham medo quando o rio enchia, mas eu sempre gostei”, completa dona Zeneide.
No período da tarde o grupo deixou o CETREDI e foi conhecer a experiência da família da dona Maria das Dores e do senhor Raimundo Pessoa, da comunidade de Caldeirões II. O casal possui, há dois anos, uma cisterna-enxurrada – disponibilizada pelo programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) através do CETRA. Apesar das poucas chuvas, ela “está quase cheia”, conta Pessoa, com orgulho. Dona Dora, como é conhecida pelos amigos, faz questão de mostrar a todos o canteiro onde plantam abacaxi, acerola, berinjela, caju, cheiro verde, quiabo, goiaba, entre outras frutas, e até quis fazer uma fotografia.
Enquanto conversa com os participantes do microfórum sobre seus planos para sua produção ou sobre as formas de cultivo agroecológico, Seu Pessoa leva todos para ver o tanque de pedra, tecnologia social coletiva, que serve também a mais nove famílias. Meyriane Menezes, agente de saúde da comunidade de Auto Branco, e participante do P1+2, comemora o encontro: “Foi maravilhoso, não conhecia o tanque de pedra e me encantei, amei o intercâmbio”.
“Um tanque desses aqui é pra ficar na história”, comenta Seu Pessoa, com o bom humor que lhe é de costume, inspirando esperança entre os presentes. Empolgado, ele leva todos pra conhecer outro tanque de pedra que beneficia mais cinco famílias, entre elas a da dona Rosa Maria Soares Martins e do Seu Pedro Antônio Brito. O casal possui também a tecnologia social das barraginhas, disponibilizadas através do CETRA. “Depois dessas cisternas diminuiu o sofrimento por água”, afirma dona Rosa. Ela e seu esposo estão esperando agora o inverno melhorar para começar a montar seu canteiro.