Comunidade Deus Dará realiza o primeiro curso de GAPA

No primeiro momento foi apresentado pelo coordenador  do P1+2 da Apaeb Serrinha, Moisés Inácio Rios, o projeto e a atuação desta organização, que executará a ação desenvolvida em parceria pela ASA e o BNDES. Ao todo, serão construídas 320 tecnologias sociais nos municípios de Queimadas, Nordestina e Cansanção.

O curso de GAPA é um dos momentos onde agricultores/as podem trocar experiências, informações, descobrir novas técnicas e manejos de como lidar com a água e com a terra. É a base importante para que a conquista de uma tecnologia social realmente venha gerar a produção de alimentos e renda para as famílias do Semiárido.

Sob olhares curiosos, atentos e sedentos de conhecimento o instrutor do curso deu início falando da importância da água, e de como aproveitá-la de forma consciente, citando exemplos concretos. Agricultores e agricultoras participaram trazendo a prática do campo e explicando como já faziam em suas propriedades. A troca entre o instrutor e as famílias tornou a discussão mais calorosa e satisfatória. Entre os comentários ricos de experiência era possível ouvir exemplos sustentáveis que os agricultores/as já faziam em suas propriedades.

Muito foi falado em soberania alimentar, métodos de produção sustentáveis, adubos orgânicos, defensivos naturais, entre outros, e de outras estratégias de convivência com o Semiárido. 

Irrigações Alternativas
No segundo dia do encontro, agricultores/as  tiveram a oportunidade de conhecer técnicas que estão dando certo, como exemplos de sistemas de irrigação: por capilaridade (batata Salvação), entre outras. A descoberta do novo, de ver que dá certo, foi tamanha que antes do curso findar já tinha agricultores com várias alternativas de irrigações nos quintais deles. Isso foi a prova concreta que a passagem do GAPA por aquela comunidade com certeza já tinha começado a deixar frutos, que com certeza serão transmitidos de entre gerações, como diz o agricultor Antonio Andrade. ‘’O que aprendemos aqui vou levar para a vida toda, vou passar adiante. A oportunidade que foi dada para nós nesses dias foi única, já tivemos projetos, mas nunca iniciativas como estas, apenas davam o peixe, mais não ensinavam a pescar’’, declarou.

Dona Zilanda Viana, que também participou do curso passou a ver o cultivo das plantas com outros olhos. “Hoje sei como realmente plantar determinada planta, como cuidar. Hoje sabemos que não precisamos usar um balde de água todo para molhar uma planta. Há técnicas que a gente usa bem menos e que dá o mesmo resultado. O Curso trouxe novos conhecimentos que não tínhamos. Com a chegada da cisterna e depois desse curso vou poder plantar e colher meu próprio alimento. Foi muito gratificante e tenho certeza que vou aplicar tudo que aprendi aqui’’.

Seu Alberto Carneiro acostumado a ter suas plantas no quintal, a levantar todos os dias um pouquinho mais cedo para molhá-las, foi um dos primeiros a correr para fazer a irrigação alternativa ensinada no curso, a batata salvação. Demonstrando alegria e prazer de ter participado dessa troca de conhecimento. ‘’Ter participado deste curso foi mais que gratificante, aprendi coisas novas que jamais julguei existir, cheguei em casa e corri e fui logo fazer. Sei que daqui há um tempo já terei resultados,  isso tudo vai melhorar e muito a nossa vida’’.

Aprender os cuidados com a água, a gerenciar seu manejo é um dos principais objetivos do curso e nas palavras da Dona Ana Maria Brito foi possível ver que esse objetivo foi alcançado. ‘’Na nossa região lidar com a água é importante demais. O curso trouxe isso, ele mostrou que é possível reutilizar, gastar menos água usando técnicas simples e que fazendo essas coisas sempre teremos água em nossas cisternas, seja ela para beber ou para molhar as plantações’’.

Filha de agricultora, Dona Helena Porcina relatou que os três dias de curso serviram para solidificar e aprimorar os conhecimentos e experiências que ela já tinha aprendido com os pais dela, mas que teve coisas novas que foram tão importantes que se não tivesse aprendido com certeza se sentiria perdida quando conquistasse sua cisterna.

‘’Agora vou plantar com sustentabilidade, pensando no amanhã, vou aproveitar cada balde de água, cada gota da chuva, tudo graças ao curso que nos mostrou que é sim possível produzir de forma consciente. Se não fosse esse curso iria me sentir perdida quando recebesse a minha cisterna ,eu só tenho a agradecer’’, finalizou D.Helena.