Encontro Territorial reúne agricultores/as para avaliar o P1MC

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“A vida tava tão boa porque mandou me chamar, a vida tava tão boa porque mandou me chamar!”

Repetindo esse trecho da música ‘A vida tava tão boa’ seguido de uma apresentação das/os participantes, teve início o encontro territorial de avaliação com o propósito de refletir sobre os desafios e conquistas do Programa Um Milhão de Cisternas – P1MC. Essa atividade aconteceu nos dias 18 e 19 de dezembro de 2013 no Serra Grande Hotel em Tianguá, reunindo agricultoras e agricultores inseridas/os no programa pela equipe que atua através da Escola de Formação Política e Cidadania – ESPAF.

Na dinâmica do encontro que contou com a colaboração da filósofa Ellen Souza, quatro grupos foram divididos para dialogar sobre as facilidades e dificuldades observadas, desigualdades entre homens e mulheres e indicar melhorias para os processos de seleção e cadastramento de famílias, capacitações, construção e atuação da instituição.

À medida que iam avaliando cada aspecto, voltavam para apresentar em plenário. Elementos importantes foram trazidos para debate proporcionando a formação de um rico espaço de troca de informações.

Segundo análise dos grupos, os Sindicatos de Trabalhadoras/es Rurais – STTR, as associações comunitárias, as/os agentes comunitárias/os contribuíram na mobilização das famílias junto às/aos animadora/es de comunidade facilitando o processo. As capacitações em Gerenciamento de Recursos Hídricos (GRH) cumpriram com o objetivo de mobilizar, partilhar conhecimentos e vivências.

Sobre as diferenças de gênero, identificaram que as mulheres demonstram mais interesse pela tecnologia entre outros motivos, porque “são elas que buscam água na cabeça”, explica Juarez Fernandes, coordenador do P1MC. São as principais titulares devido o programa considerar os dados do Cadastro Único e “porque é mais fácil a gente encontrar elas em casa”, conta o animador de comunidades, Alidom.

Elas também têm maior participação nos processos de formação, mas, na construção geralmente ficam responsáveis pela preparação dos alimentos e o homem pelo trabalho de servente, todavia, em alguns casos foram elas que fizeram isso. Há ainda a dependência em relação ao homem na decisão sobre aceitar ou não participar do programa. A questão de gênero também é um assunto difícil de ser abordado nos cursos de formação.

Entre os principais obstáculos enfrentados apontaram a questão da falta de posse da terra pelas famílias, falta de água para construir, desorganização de algumas comunidades, desistência de cerca de 300 famílias, dificuldade de convencer alguns homens da importância de participar, desarticulação feita por alguns gestores públicos e resistência em desenvolver o trabalho em mutirão.

As comissões municipais também foram avaliadas por sua importância na realização desses processos, mas “apesar de serem formadas por várias instituições o trabalho tem se concentrado nos STTR’s”, diz Silvanir Batista da Comissão municipal.

O desempenho da instituição gestora, o trabalho dos pedreiros e os impactos do programa para as comunidades também foram considerados nas reflexões.

Aproveitando o momento, o Fórum Microrregional de Convivência com o Semiárido – FMCSA foi convidado a também refletir sobre sua prática no ano de 2013, e as/os participantes do encontro puderam conhecer melhor esse espaço de discussão política do qual também fazem parte, direta ou indiretamente.

A atividade encerrou com músicas e desejos para o ano novo que se aproxima.

 

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