Banda de pife com maiores de 60 anos anima último dia do Encontro
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Integrantes da banda de pífano Cantores da Colina |
Os participantes do III Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores foram recepcionados, hoje pela manhã (31), no hall do Centro de Convenções do Garden Hotel, por uma animada banda de pífanos formada por senhores e senhoras com mais de 60 anos. A Banda de Pífanos Cantores da Colina tocou e cantou dezenas de músicas regionais, passeando pela ciranda, baião, forró, xote, entre outros estilos. E deixou a todos encantados pela vitalidade, animação e ritmo esbanjados.
Formada há 12 anos, a banda é composta por 22 pessoas. Na apresentação matinal, a formação não estava completa. “Sempre falta um ou outro porque está doente ou porque quebrou o braço”, comentou uma das integrantes que estava vestida de Maria Bonita, esposa do lendário Lampião, personagens ilustres da cultura nordestina. A banda chega a fazer quatro shows por mês nas temporadas de São João e de final de ano.
No som da banda, a melodia do pífano é acompanhada por vários instrumentos percussivos – agogô, triângulo, repique, reco-reco, zabumba, prato, cavaquinho, afoxé e maracá – e um de corda, o cavaquinho. Os homens tocam e dançam e as mulheres, lado a lado na frente do palco, também comandam alguns instrumentos e se animam dançando. Eles se apresentam paramentados como bacamarteiros, outro personagem da cultura nordestina que empunham armas de cano longo, cujos tiros provocam grande estrondo.
Na apresentação de hoje, o vocal era comandado por uma senhora muito animada, que ensaiava, com seu corpo franzino e leve, vários passos de samba nos intervalos do canto. O caderninho na mão, com as letras das músicas do vasto repertório, garantia que a canção fosse entoada sem erros.
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Maestro José do Pife e uma das integrantes da banda |
O maestro da banda, José João da Silva, conhecido popularmente como José do Pife, é um pernambucano de Bezerros, município do Agreste, radicado em Campina Grande há 40 anos. “O irmão dele, que tem o mesmo nome, foi ganhador da São Silvestre em 1975, lá em São Paulo”, revela a proeza familiar outro integrante da banda e compadre do maestro.
Cheio de vitalidade, o grupo é um ótimo exemplo a seguir para quem tem mais de 60 anos e para quem quer chegar na velhice cultivando atitudes que tragam o bem-estar para o seu dia a dia. “Vocês que têm mais de 60 anos, devem dar uma caminhadinha de manhã, depois voltar pra casa, tomar um banho e fazer a refeição”, recomenda o maestro entre uma canção e outra.
Eles fazem parte do Programa Conviver, mantido pela Prefeitura de Campina Grande, e se reúnem três dias da semana, por duas a três horas, não só para ensaiar os shows como também para jogar, fazer fisioterapia, dançar diversos estilos de dança, como a do ventre, cigana, dos sete véus e também expressões regionais como a dança da peneira, entre outros.