A consciência ambiental que transforma homens e mulheres em guardiões da biodiversidade

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 Seu Louro conta sua experiência para o grupo de agricultoras/es visitantes. | Foto: Verônica Pragana/Arquivo Asacom

Entre os agricultores e agricultoras familiares participantes do 3º Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores, há uma clara percepção de que as mudanças na sua prática agrícola só aconteceram depois que despertaram para o cuidado que a terra precisa. O encontro acontece desde segunda-feira (28), em Campina Grande (PB), e se estende até amanhã (31), reunindo cerca de 300 pessoas de todo o Semiárido.

“Aprendi a conservar a terra, que também morre quando é escravizada pelo homem”, dispara seu Francisco Gonçalves nos primeiros minutos da apresentação de sua experiência como guardião da Caatinga, na região da Chapada do Araripe, no Ceará. Seu Francisco falou hoje (30) para cerca de 20 agricultores e agricultoras familiares em transição agroecológica.

Com o agricultor paraibano José Domingos de Barros, que recebeu, ontem (29), em sua propriedade no município de Massaranduba, a visita de 25 pessoas, aconteceu algo semelhante à tomada de consciência de seu Francisco. “Como a terra ia dar algo pra gente, se a gente não estava dando nada para ela?”, passou a se perguntar depois de participar de seu primeiro intercâmbio há alguns anos.

Neste momento, ele diagnosticou uma anemia profunda em sua terra e assumiu para si a responsabilidade de cuidar dela. “Eu vivo da terra e ela está precisando de mim”, assegurou. Em resposta ao seu investimento, há muito espaços verdes em sua propriedade de três hectares após as “chuvas do caju”, típicas nos meses de outubro e novembro no Agreste paraibano.

 Quando criança, seu Louro tinha aprendido com seu pai que qualquer mato no roçado atrapalhava a plantação, fazendo com que mantivessem a terra sem nenhum verde neste espaço.

Na conversa que flui naturalmente entre seu Louro e os participantes do intercâmbio, José Aniceto, conhecido como Seu Zezinho, agricultor do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, assegura: “Não dá para cuidar da água, sem cuidar da terra, porque quem vai manter a água é a terra protegida.”

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