Fred Jordão mostra lado oásis do Sertão

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Em viagens pelo Sertão nordestino para realizar trabalhos diversos, como a primeira, feita em 1994, para participar da produção do filme Baile perfumado (1997), o fotógrafo Fred Jordão encontrou as cenas que transformou nas fotos do livro Sertão verde – paisagens. A obra será lançada hoje, às 19h, na Livraria Cultura (Paço Alfândega).

“A seca é um imperativo sertanejo e também seu drama maior. A imagem do Sertão está associada de forma tão intensa à seca, que pode, à primeira vista, fazer o ‘Sertão Verde’ parecer uma peça de ficção. Toda a estrutura simbólica do Sertão está ligada à seca. Na literatura, na música, nas artes plásticas e nas artes visuais, o Sertão foi consagrado como o território da ausência e da dificuldade. A chuva divide esses dois Sertões tão distintos e tão iguais. Assim como o Sol reina no sertão de pedra, pau e poeira, o seu avesso, a chuva, abre um novo ciclo de vida, reconecta e acelera o que parecia silencioso e inerte”, afirma o fotógrafo no texto de apresentação da obra.

As fotos de Fred mostram a exuberância deste outro Sertão: a infinidade de tons do céu durante o dia e as nuvens carregadas de água, os rios cheios, os animais selvagens ou criados pelo homem entre o verde da vegetação, as flores dos cactos.

Em outras fotos, o olhar se volta para a presença do homem nesse ambiente. Isso é feito através dos detalhes. Fred fotografa os diferentes tipos de construção, criando composições que destacam o colorido de algumas casas e outros pontos arquitetônicos, os utensílios de cozinha, as parabólicas, as propagandas em um bar, o chapéu de palha pendurado ao lado do tênis moderno, a moto estacionada ao lado dos trajes de couro de uma vaqueiro – mostrando de maneira sutil as transformações do sertão e fugindo de estereótipos.

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