Mergulho na cultura de um povo
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Participantes do Intercâmbio |
Agricultores e agricultoras do Agreste Setentrional de Pernambuco, das cidades de Santa Maria do Cambucá e Frei Miguelinho, participaram de um intercâmbio intermunicipal realizado nos dias 30 e 31 de agosto no município de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú do estado. A atividade faz parte do Programa Uma Terra e Duas Águas, da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) e gerenciado pelo Centro Sabiá no Agreste Setentrional de Pernambuco.
As famílias visitaram a comunidade Quilombola de Umbuzeiro, que hoje conta com uma associação bem organizada e com um grupo de agricultores que tiveram uma iniciativa que mudou a vida das famílias não só da comunidade de Umbuzeiro como de outra comunidade vizinha. A associação é fruto da união de duas comunidades rurais, a do sítio de Umbuzeiro e a de Leitão da Carapuça. Mais que um empreendimento sustentável, ela é o resultado de luta de pessoas que venceram todo tipo de preconceitos e que nunca abriram mão de suas origens e do orgulho de uma entidade cultural formada ao longo de várias gerações.
Produção das castanhas |
Hoje, unidas através da associação, essas duas comunidades estão produzindo castanhas de caju de altíssima qualidade com suas próprias mãos, de forma naturalmente saudável, justa e participativa, do plantio à colheita, do processamento à comercialização e distribuição dos benefícios. As comunidades também contam com grupos culturais. Tem o forró de Sítio Umbuzeiro, que é formado por sertanejos, frutos, em especial, do encontro entre portugueses e índios; destacam-se também as novenas, cerimônias religiosas com seus “benditos”, orações e cantos com origens nas cerimônias religiosas européias.
Outro grupo é o de samba de Coco de Leitão da Carapuça, que com um pandeiro na mão de um, ganzá na mão de outro e tamanco nos pés de todos, saem madrugada adentro cocando guiados pelo ritmo das palmas e dos tamancos de madeira, isto é: o Grupo de Coco de Negros e Negras do Leitão. Outro destaque é representado pelos tocadores de pífanos, que são outro motivo de orgulho da comunidade.
Além de deliciosas, as castanhas de caju Mãos Crioulas são produzidas de forma natural, a partir de sementes nativas não transgênicas, garantindo para o consumidor o que há de mais saudável e nutritivo dessa iguaria tão apreciada no mundo inteiro.