Preço da tal “agilização”: cisternas de plásticos doadas pelo governo federal a sertanejos não resistem ao calor

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Em nome da agilizaçao na distribuição de cisternas para agricultores do semiárido, o governo federal resolveu adotar reservatórios de plásticos. Fábricas foram instaladas em cinco estados para atender a nova demanda.

ONGs que idealizaram o programa e vêm sendo atuantes no combate à seca (a ASA Brasil é uma delas) defendem a utilização de cisternas de alvenaria, barro, cimento e mão-de-obra de sertanejos.

A construção de cada uma envolve um trabalho social, humanitário, de conscientização de direitos, de cidadania, de autoestima.

Pois bem. Os agricultores do Piauí que receberam as tais cisternas plásticas para enfrentar a seca reclamam que o material está deformando por não suportar o calor do sertão. As informações são do G1.

Depois de muito tempo de espera, a agricultora Francisca Rodrigues ganhou a cisterna de polietileno, um tipo de material plástico.

O reservatório foi doado pelo Programa Água para Todos, do governo federal. Mas o presente decepcionou. “Antes de colocar água, ela começou a afundar”, diz.

No assentamento, que fica no município de Paulistana, foram instaladas 27 cisternas, mas 17 delas foram trocadas por apresentar defeito.

A cisterna nova que a agricultora Lucílvia Rodrigues recebeu também apresentou deformação. Muitas cisternas do município estão com a parte de cima do reservatório deformada e outras tiveram rachaduras.

O agricultor Francisco Bertoldo, que recebeu uma cisterna com defeito, recusou a troca e fez um empréstimo no banco para construir um reservatório de placas de cimento.

Em nota, a Acqualimp, empresa que fabrica as cisternas, informou que já foram entregues 20 mil cisternas para o governo federal e que os reservatórios que apresentaram o defeito foram substituídos imediatamente.

Em março, o Globo Rural mostrou o drama de agricultores de Pernambuco. No município de Cedro, a cisterna do agricultor Jacinto do Nascimento afundou e precisou ser trocada. Arlindo Mariano teve o mesmo problema.

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