“Com a cisterna é mais fácil enfrentar a seca”

Comissões Executivas de nove municípios participam de formação e analisam situação dos municípios durante a seca.
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Com a continuidade das ações dos Programas Uma Terra e Duas Águas (P1+2) e Um Milhão de Cisternas (P1MC), realizados pela Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (Apaeb), de Serrinha/BA, e Movimento de Organização Comunitária (MOC) respectivamente, o curso de formação com representantes das Comissões Executivas Municipais de Recursos Hídricos em Serrinha, realizado nos dias 5 e 6 deste mês.

Durante os dois dias de atividade, o grupo desenvolveu um debate acerca da convivência com o Semiárido, levantando as principais demandas enfrentadas nos municípios e como as comissões podem contribuir para melhorar e enfrentar com ações de convivência com a região, ampliando sua atuação para além do planejamento das atividades dos programas.

O papel das comissões vai para além do acompanhamento da execução dos programas. É também buscar políticas voltadas para os recursos hídricos nos municípios e exercer o controle social das políticas existentes, como afirma Maria Edileuza Evangelista.

“O nosso papel é acompanhar as dificuldades no acesso à água no município e apoiar os projetos que atendam a demanda de água, selecionar as famílias observando os critérios dos programas, acompanhar os cursos com as famílias e acompanhar as construções, além de buscar outras fontes de projeto e pressionar o poder público por políticas hídricas” enfatizou.

Das muitas propostas levantadas pelo grupo, foram identificadas limpeza e ampliação de aguadas, perfuração de poços, construção de adutoras e continuidade das ações dos programas da ASA.

Este ano, parte das comunidades rurais dos municípios de Capela do Alto Alegre, Pé de Serra, Serrinha, Teofilandia, Riachão do Jacuípe e Nova Fátima serão contemplados com tecnologias de captação e armazenamento de água da chuva como a cisterna-calçadão, cisterna de enxurrada, barragem subterrânea, bomba d´água popular, tanque de pedra, barraginha e barreiro trincheira, através do P1+2, sendo um total 272 implementações.

Nos municípios de Valente, Retirolandia, Santaluz e Coité, o P1MC irá construir 922 cisternas de consumo humano.
“Com a cisterna é mais fácil enfrentar a seca”- Segundo Terezinha Santos, membro da Comissão Executiva Municipal no município de Retirolândia, as famílias beneficiadas com a cisterna estão conseguindo passar pelo período da seca com mais facilidade, porém ela aponta dificuldades identificadas pelo grupo.

“A burocracia no acesso ao crédito, a falta de iniciativas que facilitem a compra de alimentos para os animais, todas as famílias ainda não têm capacidade de armazenar água, por que para quem tem a cisterna o enfrentamento a seca foi mais fácil, pois as famílias que não tinham água, podiam adquirir e armazenar nas cisternas. As que não tinham sofreram um desgaste ainda maior. A nossa demanda é que a cisterna seja para todas as pessoas”, afirmou Terezinha Santos, que representa o Sindicato na comissão.

Ela conta também que as famílias que cultivaram alimentos para consumo próprio com a água da chuva guardada na cisterna-calçadão. “Houve famílias que conseguiram ter a água conservada da chuva, produzindo a partir da água da cisterna-calçadão. Eu mesma consegui. Ainda essa semana, eu colhi abóboras apesar da seca. Com a cisterna é mais fácil enfrentar a seca”, ressaltou.

Também contribuindo com o debate, Luiza Trabuco, do Grupo Governamental de Segurança Alimentar do Estado, esteve presente com o objetivo de divulgar as ações do Comitê Estadual de Enfrentamento à Seca e conhecer, a partir do olhar das comissões, a realidade e as propostas por elas sugeridas. “O governo tem buscado diálogo com a sociedade  civil no sentido de levantar as propostas e apresentá-las ao Comitê”, afirmou Luiza Trabuco.

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