Organizações debatem contexto político e o fortalecimento da ASA

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 A união é o grande patrimônio da ASA | Foto: José Neto

“Globalizemos a luta, globalizemos a esperança!” foi nesse clima que foi encerrado hoje (7) o Encontro com as novas Unidades Gestoras (UGs) do Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semi-Árido da ASA. O evento teve início na última segunda-feira (5), em Moreno (PE) e contou com a presença de cerca de 100 pessoas dos estados de PE, BA, AL, PB, SE, RN, CE, PI e MG.

A conjuntura da ASA, as estratégias de estocagem de água e alimento no Semiárido, a estratégia de comunicação, e os avanços e desafios dos programas Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2) pautaram os três dias do encontro, através de uma metodologia participativa e dialógica, onde todos e todas se expressaram não só verbalmente, mas também com desenhos, músicas e painéis.

O coordenador executivo da ASA pelo estado da Bahia, Naidison Baptista, iniciou o evento falando da antiga imagem de Semiárido inviável e de um povo incapaz, tão propagada pela mídia, mas que foi cedendo espaço para uma outra perspectiva, a partir de vários fatos importantes, entre eles a ocupação da Sudene e a criação da ASA, em 1999.

“Hoje somos responsáveis por mais de 500 mil cisternas no Semiárido brasileiro. Isso é muita coisa. A água é partilhada. O que se fazia no combate à seca era água concentrada. Hoje são 2,5 milhões de pessoas partilhando essa água. No P1+2 são mais de 10 mil implementações”, destacou.
Para ele, a ASA deu um salto de qualidade, pois saiu de um projeto para uma dimensão da política e provoca: “Não podemos deixar de registrar o grande caminho que estamos construindo”.

A continuidade da ação da ASA depende da renovação do convênio com o governo federal, que suspendeu o repasse de recursos para as ONGs após os escândalos envolvendo ministros e organizações fraudulentas.

Diante da conjuntura apresentada, os participantes destacaram várias ações a serem desencadeadas coletivamente para pressionar o governo e garantir a continuidade da parceria com a sociedade civil. Além disso, as organizações propuseram a ampliação da campanha Cisternas de Plástico/PVC – Somos Contra! nos municípios, territórios e estados onde a ASA se organiza.

A coordenadora da ASA pelo estado do Ceará, Cristina Nascimento, reafirma a questão e complementa:  “precisamos também socializar o desafio que estamos enfrentando com outros atores, como Condraf, espaços dos movimentos sindicais, Conseas estaduais, etc, para termos apoio. É preciso sair daqui buscando outras pessoas, ampliar a roda para mudar essa situação”.

Ao final do encontro, Cristina destacou que é preciso enfrentar mais esse desafio com a mesma união que fez da ASA o que ela é hoje. “Essa unidade é o grande patrimônio da ASA, pois ela é sentida em todos os estados. Precisamos reafirmar e fortalece-la em todos os momentos”, disse. 

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