“A gente vive de água, da terra, mas também das parcerias”, diz agricultor

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Teve início na quinta-feira passada (13), na Serra do Estevão, em Quixadá, o I Encontro Estadual de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Ceará.  O evento foi aberto com uma mística envolvendo todos/as os/as participantes, que de forma expressiva recitavam a experiência que vivenciam com os recursos naturais.

A vivência da solidariedade, da relação com a natureza; a experiência de produzir de forma sustentável, sem usar veneno e sem queimar; a luta e conquista da terra e da água; a história de caminhada junto aos movimentos sociais, por uma vida digna foram alguns dos temas recitados ao som da música Terra Prometida, de Miroval Marques, ao passo que agricultoras e agricultores entravam com os frutos da agricultura familiar.

O anúncio das expectativas do encontro por parte dos participantes trouxe à tona desejos como vontade de “sair daqui com conhecimentos”, o fortalecimento das experiências e da imagem do Semiárido belo, viável e sustentável. Este momento foi seguido com o encerramento da mística com a dança circular da ciranda ao som do canto de todos: “esta ciranda não é minha só, ela é de todos nós, ela é de todos nós…”

O envolvimento gerado pela mística e o sentimento de alegria pelo reencontro, deu “pano” para a partilha das ações da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) e para o fortalecimento das práticas produtivas de agricultoras e agricultores.

Dona Maria Lima, do município de Madalena fez um breve histórico da luta pelo acesso e conquista da terra e da água, que começou na década de 80 na sua região. A agricultora reconhece que as intervenções da ASA foram fundamentais, como também, os esforços das agricultoras e dos agricultores. “Essa conquista se deu com a luta de instituições e com o nosso suor”, disse, enfatizando que aconteceram muitos momentos de reivindicação, onde em um deles ela estava com o pote na cabeça para sensibilizar as autoridades quanto à necessidade da água potável para beber e cozinhar.

“Com as ações da ASA aprendi a conviver melhor com o Semiárido, buscando saúde para minha família e para as pessoas que consomem os alimentos do meu quintal”, esta foi a fala de dona Maria Mirtes da Silva, que se seguiu com a partilha de seu Zé Julho, de Madalena: “a gente vive de água, a gente vive da terra, mas a gente vive também das parcerias”, disse, ressaltando que os encontros que a ASA promove é de grande importância para o fortalecimento da esperança do homem e da mulher no campo. “Ficar sozinho é mais difícil”, complementou Ana Eugênia, da comunidade Quilombola Veiga, município de Quixadá.

O momento de partilha e intervenções foi encerrado com a fala de Cristina Nascimento, da coordenação executiva da ASA pelo estado do Ceará e também do Centro de Estudo do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (Cetra). “Quando a gente diz que o Semiárido é viável, a gente parte de uma prática e de conhecimentos construídos pelas agricultoras e agricultores. Aqui reunimos as histórias e experiências de cada um. Com este encontro queremos fortalecer nossas esperanças e nosso compromisso pelo fortalecimento da luta por um Semiárido sustentável”.

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