Aluna do Campus II da UEPB participa de projetos que trazem novas perspectivas para agricultores paraibanos
Desconstruir o discurso dominante que desqualifica as sementes locais e não reconhece o potencial agrícola destas, este é o objetivo do Projeto Semente da Paixão, uma das iniciativas que conta com a participação da estudante do 6° período do curso de Agroecologia do Campus II da Universidade Estadual da Paraíba, em Lagoa Seca, Socorro Luciana de Araújo – também técnica em Agropecuária pela UEPB.
O Projeto Sementes da Paixão busca recuperar a agrobiodiversidade local, reduzir a dependência de governos e articular os agricultores em torno de sementes nativas e bem adaptadas ao próprio Semiárido: as chamadas sementes da paixão, conservadas pelos agricultores de geração em geração. O Projeto é executado através de parcerias entre a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) – Paraíba, Embrapa Tabuleiros Costeiros (SE), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com o apoio da Universidade Federal da Paraíba (UFPB – Campus Bananeiras) e Embrapa Algodão.
“As sementes doadas pelo Governo são as mesmas para todas as regiões, e sabemos que cada lugar apresenta grande diferença de clima, solo. Através destes ensaios estamos comprovando que as sementes dos agricultores são adaptadas às suas regiões. Diante disso, nosso desejo é discutir a criação de uma política pública de agricultura que se coadune à realidade de cada local. Para tanto, estamos organizando os agricultores para multiplicarem suas sementes”, explicou Socorro.
O desenvolvimento deste estudo traz uma nova perspectiva para os agricultores paraibanos, que podem ter um melhor aproveitamento em suas plantações, mesmo em períodos de pouca chuva, já que as sementes crioulas, afeitas ao solo local, superam as variedades melhoradas, enviadas pelo Governo. Por meio dos diagnósticos destas pesquisas estas populações rurais podem tomar melhores decisões na hora de desenvolver seus plantios.
Socorro também é estagiária do Coletivo Regional de Educação Solidária do Cariri, Seridó e Curimataú paraibano, organização que trabalha com agricultura familiar em dez municípios do Estado: Juazeirinho, Santo André, Gurjão, São João do Cariri, Soledade, São Vicente do Seridó, Pedra Lavrada, Cubati, Pocinhos e Olivedos.
Recentemente, a revista “Agriculturas”, de circulação nacional, publicou a matéria “O protagonismo da juventude no Semiárido: a experiência do coletivo regional do Cariri, Seridó e Curimataú (PB)”, que trata da importância das ações de jovens que integram esta entidade, como a aluna da UEPB, para a melhoria de vida no meio rural.
Após concluir o curso técnico em Agropecuária da Universidade Estadual da Paraíba, em 2007, Socorro Luciana iniciou um estudo sobre as principais plantas medicinais utilizadas por famílias de agricultores paraibanos em forma de folhas, cascas, raízes, flores e chás, entre outros.
Experiências como esta, da qual a estudante da UEPB participa ativamente, resgatam e valorizam o conhecimento das famílias agricultoras, mostrando uma nova forma de fazer agricultura dentro de uma visão de sustentabilidade. A aluna Socorro Luciana enfatizou que este trabalho, associado ao aprendizado de sala de aula oferecido pela UEPB, fazem-na uma profissional mais qualificada para atuar de forma eficiente no que se refere a essas questões.