Música e alegria marcam o último dia do Encontro em Pesqueira
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Cantoria e celebração na mesa de encerramento do Encontro. Foto: Daniel Feijó/ASACom |
“Vê, nesta terra, os teus irmãos são tantos. Que a fome mata e a miséria humilha. Eu sonho ver um mundo mais humano. Sem tanto lucro e muito mais partilha!”. Cantando os versos da Campanha da Fraternidade 2011, a agricultora paraibana Maria Isabel Rocha animou os outros participantes no encerramento do II Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semiárido. O evento foi realizado em Pesqueira-PE, entre os dias 27 e 29 de abril.
No último dia (29), a atividade iniciou com uma mística de abertura. Reunidos no auditório do Hotel Cruzeiro, em Pesqueira-PE, os cerca de 250 participantes cantaram e celebraram a agricultura familiar e a vida digna no Semiárido.
Em seguida, agricultoras e agricultores que participaram das oficinas temáticas na tarde do dia anterior (28) apresentaram um resumo do que foi discutido em cada um dos grupos. As apresentações eram intercaladas com declamações de poemas e textos feitos pelos próprios participantes de evento.
A discussão sobre os Quintais Produtivos trouxe a importância da chegada do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) para a produção dos quintais. Já a oficina de Manejo da Agrobiodiversidade apontou para a necessidade de ampliar o número de agricultoras e agricultores experimentadores do Semiárido.
O grupo que debateu a Criação de Pequenos Animais mostrou algumas das invenções dos próprios participantes que são simples, baratas e melhoram a estocagem de alimentos para os animais. “Muitas vezes temos a inovação nas mãos e não sabemos que somos experimentadores” o agricultor Eduardo Emídio, de Riachão do Jacuípe, na Bahia.
A oficina de Acesso a Mercados discutiu a importância do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e a necessidade dos agricultores e agricultoras se apropriarem do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), tendo em vista que ele prevê por lei que pelo menos 30% da merenda escolar seja proveniente de produtos da agricultura familiar.
O grupo de Acesso à Terra trouxe para o debate a importância dos movimentos de luta pela conquista da terra no Semiárido. Já a oficina de Construção Coletiva do Conhecimento ressaltou a importância das equipes técnicas que assessoram as famílias, fortalecendo a ideia que as agricultoras e os agricultores é que devem ser os protagonistas, cabendo aos técnicos ajudá-los nessa atividade.
Ao final, o coordenador da ASA pelo estado da Bahia Naidison Baptista retomou um pouco do que foi apresentado de todos os grupos, ressaltando a importância dos agricultores e agricultoras para as mudanças positivas que têm acontecido na região. “O que a gente escutou, cantou, ouviu de depoimentos, de histórias, é a sabedoria do Semiárido. E nós estamos aqui para aumentar mais essa sabedoria que é capaz de transformar o Semiárido”, afirmou.
Ao final, os participantes saíram cantando em caminhada para a Praça da Rosa, no Centro de Pesqueira, onde ocorreu o encerramento do II Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semiárido.