Educação contextualizada é debatida no Ceará

O Fórum Cearense Pela Vida no Semiárido, que representa a Articulação no Semiárido (ASA) no Ceará, realiza nesta quinta e sexta-feira (5 e 6) reunião ampliada que discutirá Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido. A reunião acontecerá na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) do município de Pedra Branca, na região Centro-Sul do Estado.
Os processos de aprendizagem que se sustentam pelos métodos da Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido se contrapõem à educação formal pois combatem a ideia da cidade como o lugar desejado, rejeitam a idéia do pensamento de que para se ter sucesso é preciso sair do sertão, sair do semiárido. A educação contextualizada diz, dia a dia, para os estudantes que eles vivem em uma região sustentável, com muitas possibilidades de uma vida digna e feliz. É nisso também que acredita a ASA quando prioriza reflexões e ações em torno dessa temática, um exemplo disso é o Programa Cisterna nas Escolas que irá construir até junho deste ano 843 cisternas em escolas localizadas na região semiárida.
A seleção das escolas foi feita a partir de um levantamento de 2007 do Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A pesquisa traçou um mapa das escolas a partir de seu acesso à água. As escolas sem nenhum tipo de abastecimento foram as primeiras atendidas pelo projeto Cisternas nas Escolas. Pelo levantamento do MEC/Inep, em 1.416 municípios de 11 estados (do Espírito Santo ao Maranhão) existem mais de 37,6 mil escolas rurais, das quais mais de 75% (28,3 mil) não têm nenhum tipo de abastecimento de água.
O projeto Cisternas nas Escolas é realizado pela ASA, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Cooperação Espanhola, e apoio do Unicef.
No semiárido brasileiro, a educação contextualizada propõe um currículo que trabalhe com elementos do contexto em que os estudantes e suas famílias vivem, sendo o acesso a água é um desses principais elementos. A legislação brasileira referente à educação, a Lei de Diretrizes e Bases (LDV), estabelece que as instituições de ensino adaptem conteúdos curriculares e metodologias aplicadas às reais necessidades e interesses dos estudantes e às peculiaridades da região. É exatamente isso que a Educação Contextualizada propõe: estudar conteúdos relacionados à realidade vivida no semiárido. Uma das principais experiências no Ceará é a localizada no município de Tamboril, na região dos Inhamuns.