Mulheres se manifestam por direitos e políticas públicas em São Raimundo Nonato
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Na ultima quarta-feira, 30 de março, o movimento “Margaridas Promovendo Identidade Feminina” realizou uma mobilização na cidade de São Raimundo Nonato com o lema “Os direitos da mulher também são direitos humanos”. O evento lançou e preparou mulheres do município de São Raimundo Nonato para a Marcha das Margaridas, em nível nacional, e contou com o apoio de entidades como a FETAG, STTR/SRN, CÁRITAS, CPT, PROARTE/FUMDHAM, CAPOEIRA DE QUILOMBO e outras.
O movimento em São Raimundo Nonato reúne mulheres agricultoras, sindicalistas, professoras das redes estaduais e municipais, professoras universitárias, mulheres quilombolas, assessoras técnicas de organizações não governamentais. Essas mulheres, articuladas no espírito de luta por direitos do dia 08 de março, organizaram-se no movimento para aprofundar o debate público sobre direitos e políticas públicas. Uma carta solicitando a efetivação de políticas públicas para mulheres foi entregue a diversos órgãos públicos como as Secretarias Municipais de Educação, Saúde e Assistência Social; INSS, Promotoria Pública e Conselho Tutelar. A pauta do debate com as organizações e a população se concentra nos eixos de saúde e seguridade social, combate a violência contra a mulher, educação e cultura.
Neste dia, uma caminhada pela cidade, partindo da Praça do Relógio até a Câmara Municipal, foi realizada oportunidade na qual foram apresentadas as informações das organizações públicas e foi lido o manifesto do próprio movimento com constatações e reivindicações levantadas em debates com grupos e mulheres na cidade e zona rural do município.
Marcha das Margaridas – O movimento nacional leva o nome de Margarida Maria Alves, trabalhadora rural, tesoureira e em seguida presidente do sindicato de trabalhadores rurais em Lagoa Grande – Paraíba. Margarida lutava pela defesa dos direitos dos homens e mulheres do campo, pelo décimo terceiro salário, o registro em carteira, a jornada de oito horas e as férias obrigatórias. Foi uma das fundadoras do Centro de Educação e Cultura dos/as Trabalhadores/as Rurais, cuja finalidade é, até hoje, contribuir no processo de construção de um modelo de desenvolvimento rural e urbano sustentável, a partir do fortalecimento da agricultura familiar. Por causa de suas lutas Margarida foi assassinada a mando dos patrões em 12 de agosto de 1983. Sua história continua sendo um dos grandes referenciais de mobilização das lutas das mulheres no nordeste brasileiro.