A mudança que começou com uma cisterna
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| Joelma e Roberto, alegria estampado no rosto. Foto: Catarina de Angola |
Chegando à comunidade de Pedra Branca, em Cumaru, Pernambuco, o jardim de uma casa chama atenção. Em meio à paisagem do Semiárido, a agrofloresta com diversidade de espécies de plantas, rodeada por uma cerca viva de palmas, é a porta de entrada do sítio da família de Maria Joelma da Silva, Roberto Pereira da Silva e dos três filhos do casal: Roberto, conhecido como Betinho, Henrique e Hugo.
Nascida e criada em Pedra Branca, ela lembra que sua propriedade nem sempre foi cercada de verde. Ainda criança, ela e seu pai costumavam desmatar áreas próximas, sem se dar conta que estavam degradando os recursos naturais. “Eu não dava importância ao meio ambiente, eu e meu pai derrubamos muita mata daqui. Hoje eu tenho raiva de quem faz isso”, revela. Atualmente, é ela quem ensina os filhos e estimula o marido a praticarem a agroecologia.
As mudanças de atitude na família começaram com a construção da primeira cisterna, em 2003. Ter água limpa para beber, cozinhar e escovar os dentes em um reservatório ao lado da casa trouxe qualidade de vida para todos. Cinco anos depois, foram contemplados com uma cisterna-calçadão, possibilitando o armazenamento de água para a produção de alimentos e criação animal. Antes, Joelma e Roberto só podiam contar com a água armazenada em um barreiro em frente à casa do pai dela, que não era apropriada para o consumo humano e era insuficiente para dar de beber aos animais e aguar as plantações.
A propriedade do casal, que no início era de apenas 2,5 hectares, agora já chega a 6,5 hectares com a aquisição de dois outros terrenos próximos. Em um desses terrenos foi construída uma barragem subterrânea. Com a água acumulada, a família de Joelma e Roberto conseguem plantar diversidades de frutíferas e hortaliças que tanto servem para o consumo da casa, como incrementam a renda com a venda do excedente. Também criam animais, inclusive abelha, e produzem mel e própolis. Eles também produzem alimentos derivados do leite como queijo e manteiga.
Aos poucos, e por meio de muito esforço e trabalho, essa família conseguiu muitas conquistas. Uma delas foi a compra de um carro que ajuda no transporte dos alimentos vendidos na feira.
Conheça outras experiências que serão visitadas durante o II Encontro de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semiárido.
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