Segurança hídrica: necessária para a vida
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Os recursos hídricos são responsáveis pela vida no planeta. Esse bem natural é indispensável para a vida humana. A humanidade sem água não existiria.
Se a vida depende incondicionalmente dos recursos hídricos, porque eles não são preservados? Esta pode ser uma pergunta para se começar um debate, que poderá ser travado a partir deste artigo.
De acordo com a enciclopédia livre Wikipédia, sendo a água um recurso renovável estaria sempre disponível para o Homem utilizar. No entanto, como o consumo tem excedido a sua renovação, atualmente verifica-se a falta de água doce (stress hídrico), principalmente junto aos grandes centros urbanos e também a diminuição da qualidade da água, sobretudo devido à poluição hídrica por esgotos domésticos e industriais. Esta é uma verdade já conhecida por todos. Temos real consciência de que a falta de água potável é resultado das grandes asneiras que o ser humano comete como a poluição, por exemplo.
Segundo Edson Alves Bezerra, em seu artigo “Falta de Água Potável Ameaça A Humanidade”, publicado em fevereiro, de 2008, no site http://www.webartigos, a contaminação das águas superficiais (mares, rios, lagos, represas), vem crescendo de forma assustadora, principalmente nas zonas costeiras e grandes cidades em todo o mundo. Ele afirma também que, fornecer água potável para todos é o grande desafio da humanidade para os próximos anos.
Um conjunto de ações humanas é responsável por esta situação caótica que o mundo todo enfrenta. Há um grande abuso aos recursos naturais. A terra é desordenadamente explorada, assim como os mares, açudes, rios e lagoas, que diariamente recebem as sobras dos humanos, nos lixões que são jogados nas ruas e levados pelas chuvas e ventos, causando dessa forma, inúmeras consequências à natureza como chuvas escassas ou chuvas desordenadas.
O diretor do Instituto de Permacultara do Pampa (Ipep), João Rockett, em seu artigo Escassez de água é resultado de falta de gerenciamento e degradação do solo, diz que usamos mal a água. “Gastamos um copo de água para beber e gastamos três para lavar o copo usado”. Este é um exemplo claro do que acontece todos os dias pela maior parte da população. Torneiras e chuveiros ficam abetos e a água caindo como se não tivesse nenhum valor, ou como se fosse uma fonte inesgotável. Por outro lado há aquelas pessoas que não dispõem deste bem. Enquanto muitos têm, outros não têm, ou têm pouquíssimo. Mas, falta-nos a percepção deste estrago, como também, a consciência de que chegaremos ao ponto de não dispormos da água.
A inteligência humana, infelizmente não calcula estes prejuízos, e enquanto isso a natureza padece as consequências.
A situação é agravante e exige uma tomada de decisão. Faz-se necessário somar os esforços, compartilhar as ideias e fazer valer as iniciativas que contrapõem a esta realidade. Usar a água de forma racional é uma saída. Mas, as ações precisam ser de preservação e recuperação de sub-bacias, das nascentes, rios, lagoas e construir uma política que envolva sociedade e poder público, pois a responsabilidade é de todos. A água de qualidade é um alimento necessário, que contribui com a saúde. E como diz o autor, aumenta a expectativa de vida da população.
Sustentabilidade: uma questão social
Atualmente podemos encontrar pessoas e comunidades, que depois de um debate consciente quanto ao relacionamento homem e natureza, passaram a desenvolver práticas de convivência sustentável e que tem feito toda a diferença. Se formos listar as experiências desenvolvidas por agricultores, agricultoras e pessoas que respeitam o cosmos vamos perceber que algo está sendo feito.
A Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) tem desenvolvido um grande trabalho de mobilização, participação e conscientização popular que envolve famílias agricultoras e sociedade. Além de implementações de pequenos reservatórios para captação da água da chuva como: cisternas de placa, barragem subterrânea e tanque de pedra, há um debate quanto às práticas necessárias para a convivência sustentável com o meio, como: gerenciar bem a água, cuidar da terra, consolidar relações igualitárias de gênero, entre outras práticas.
A ASA trabalha pelo desenvolvimento sustentável no semiárido, mas tais iniciativas são exemplos também para os grandes centros.
A discussão vai muito além da simples preservação dos recursos hídricos e atinge o que é essencial: cuidar da natureza. E assim acontece o diferencial. A folhagem que antes era queimada hoje não é mais; agricultores e agricultoras que utilizavam herbicidas nas plantações hoje já não usam mais; a terra é tratada com maior cuidado porque se criou uma percepção de que o equilíbrio ambiental depende da ação humana.
No entanto, esta ainda é uma responsabilidade individual, e nos raros casos, de pequenas comunidades. As práticas para se viver de forma sustentável deve ser uma questão social.