Saiba como comprar verdadeiros orgânicos

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No dia 1º de janeiro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) regulamentou a venda de alimentos orgânicos em redes de supermercados de todo o País e passou a identificá-los com um selo oficial do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (Sisorg). Com a medida, os consumidores passaram a dispor de mais uma ferramenta para identificar a procedência do produto, saber se ele está livre de agrotóxicos e se segue as normas de sustentabilidade exigidas por lei. Nas grandes redes, é fácil identificar os alimentos, já que todos agora contam com o selo oficial. Mas fora dos supermercados, onde os preços são muito mais convidativos, a população deve ter alguns cuidados para evitar comprar produtos fora dos padrões de qualidade desejados. Uma das dicas é evitar as feiras livres, onde a fiscalização não atua com frequência.

Uma boa opção é ir a locais regulamentados. Pernambuco dispõe de 35 feiras agroecológicas, 11 delas na Região Metropolitana, e 24 no interior. Todas são cadastradas no Ministério da Agricultura e dispensam certificação através de selo, já que nesses locais há um outro tipo de relação comercial. “Nas feiras, a venda é feita diretamente pelo produtor ao consumidor. Existe uma relação de confiança entre ambos. É um tipo de comercialização que existe há anos e corresponde a cerca de 50% da venda de orgânicos no Brasil. Para que possam realizar esse comércio, no entanto, os produtores precisam estar cadastrados como uma associação ou cooperativa. Essas Organizações de Controle Social (OCS) são responsáveis pelo que produzem e podem receber punições, caso existam denúncias de que algum integrante está descumprindo as normas estabelecidas pelo Mapa”, explicou o coordenador da Comissão de Produção Orgânica em Pernambuco (CPOrg-PE), Vladimir Guimarães.

Aqueles que preferem não arriscar e optam por pagar mais nos supermercados, têm a garantia de adquirir um produto de boa procedência. “Os alimentos orgânicos vendidos nos supermercados são certificados por uma empresa cadastrada no Mapa. Essa empresa recebe a chancela para auditar todo o processo produtivo e verificar se tudo está sendo feito dentro da lei. Esse trabalho extra reflete no preço dos alimentos orgânicos”, garantiu Vladimir Guimarães. Hoje, apenas duas empresas no Brasil estão autorizadas a realizar essa auditoria junto aos produtores. “O processo é bastante minucioso. Demos quase um ano e meio para as empresas certificadoras se ajustarem e só duas alcançaram os requisitos necessários para realizar este trabalho”, acrescentou o representante da CPOrg-PE.

Mesmo com todas as garantias, às vezes, alguns produtos apresentam irregularidades. Para isso, órgãos de fiscalização como a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) e a Vigilância Sanitária atuam para solucionar os problemas. “Realizamos mensalmente 12 coletas de amostras na Feira da Ceasa. A olho nu, é impossível detectar irregularidades nos produtos. É necessário realizar um exame laboratorial para identificar a existência de alguma substância não permitida. Quando recebemos alguma denúncia nesse sentido, rastreamos a origem do alimento orgânico, questionamos o produtor sobre o que aconteceu e agimos no intuito de consertar o erro. Felizmente, não registramos muitos casos de irregularidades”, pontuou o Chefe da Unidade Estadual de Inspeção Vegetal da Adagro, Sílvio Valença. Nos supermercados é a Vigilância Sanitária quem fiscaliza se os alimentos estão dentro do padrão exigido.

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