Ufersa e BNB vão realizar pesquisa sobre produção de cabras leiteirasno Semiárido
Um estudo sobre a produção de cabras leiteiras será realizado pela Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), com patrocínio do Banco do Nordeste. O apoio, de aproximadamente R$ 60 mil, terá recursos do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNDECI), administrado pelo BNB por meio do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE).
De acordo com informações da assessoria de imprensa, durante três anos, a pesquisa vai comparar duas raças de caprinos, uma exótica, originária da Inglaterra, e outra nativa. O intuito, de acordo com a doutora em produção animal Débora Andréa Morais, coordenadora do projeto, é avaliar o potencial produtivo de ambas e identificar a mais adequada ao semiárido.
O projeto avaliará o comportamento dos caprinos sob regime de “pastejo rotacionado”, no qual o pasto é dividido em subáreas, pelas quais as cabras passam gradativamente. “Quando elas chegam ao último, o primeiro capim já cresceu”, conta a pesquisadora.
Na alimentação, também serão utilizados subprodutos de usinas de beneficiamento de frutas que não são aproveitados para venda. Entre as características que serão conferidas, estão o tempo de crescimento e ganho de peso, bem como idade para abate e características da carne e da carcaça.
A professora Débora Morais ressalta que caprinos se adaptam bem ao clima semiárido e, mesmo quando criados soltos, chegam a render 1,5 litro de leite por dia, quantidade que pode ser vendida por cerca de R$ 2 às usinas. “Elas são muito menos exigentes que uma vaca. Onde se cria uma vaca, você pode ter oito cabras Canindé”, diz.
Como parte da difusão dos resultados obtidos durante o estudo, professores da Ufersa realizarão quatro dias de campo com produtores rurais, entre os quais dois na própria instituição e os outros nos assentamentos Mulunguzinho, em Mossoró, e Moacir Lucena, em Apodi. Também haverá dois ciclos de palestras e um minicurso, voltados para estudantes de graduação e pós-graduação.
Fonte: Gazeta do Oeste (Texto adaptado)