Nova realidade para as famílias do semiárido baiano

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O agricultor familiar José Raimundo Soares, morador da zona rural do município de Araci, a 214 quilômetros de Salvador, não se limitava à seca e pegava sua carroça com uma ‘pipinha’ (túnel utilizado para armazenar água) para buscar água, colocar em um buraco e garantir a sua horta semanal.

“Cavei um buraco ali, forrei de lona. Molhava de tarde, mas ficava preocupado com a manhã, que eu tinha que botar água primeiro. Eu molhava e voltava pra buscar mais e enchia para o outro dia. A vida era assim, direto”, declarou José Raimundo.

Hoje, o agricultor conta uma história diferente. José Raimundo é um dos beneficiários do Programa Cisternas e do PAA-Alimento, do governo federal, em parceria com organizações, movimentos sociais e governos estaduais. Na Bahia, a Sedes, a ASA e o CAA são os responsáveis pela construção das unidades no semiárido baiano.

A família do agricultor, formada por sua mulher, cinco filhos e um que está por vir, conta com duas cisternas – uma para o consumo e outra para a produção –, que captam água da chuva e garantem o recurso para o longo período de estiagem.

“Passei nove anos morando e trabalhando em Entre Rios. Estou de volta há dois anos e o que me manteve aqui foi o Programa Cisternas, que melhorou muito a minha renda. Antes, ela era de 60 a R$ 70 por semana. Agora, dobrei. Chego a tirar 120 a R$ 130 e, às vezes, por semana, chego a R$ 160. Só com o maracujá, ganho 60 a R$ 70”, ressaltou José Raimundo.

Além de consumir o alimento produzido, ele vende para mercados e na feira-livre do município. O Programa Cisternas, integrado com o PAA-Alimento, garante ainda 30% da compra do alimento pelas prefeituras, que repassam para a merenda escolar da região.

Em visita ao município, Arany Santana esteve com José Raimundo e ficou satisfeita com o que ouviu do agricultor. “Em breve, ele não vai precisar mais do Bolsa Família. Inclusive, já acessou o crédito para aquisição de outros materiais”, afirmou.

Quando questionado pela secretária se passaria o benefício para outra família na mesma situação que a dele, José Raimundo disse que prefere o Programa Cisternas ao Bolsa Família, mas o que vier é sempre bem-vindo. “Na hora em que começar a ganhar mais dinheiro, não precisarei do Bolsa Família. Se precisar, eu passo para outro. Já estou fazendo até planos de plantar 200 pés de maracujá e laranjas macias, que são mais resistentes no verão”.

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