Experiência com calçadão de laje ou placa concretada mostra maior resistência ao sol
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Os técnicos do Centro Regional de Assessoria e Capacitação observaram que as calçadas feitas com essa pedra sofriam menos a ação do sol que os calçadões da cisterna de 52 mil litros
Em algumas comunidades rurais no Norte do Piauí um novo modelo de calçadão da cisterna de 52 mil litros do Programa Uma Terra e Duas (P1+2) está sendo utilizado. O calçadão de 200 metros, que capta a água de chuva que escorre para a cisterna, está sendo construído com placas de pedras ou concretadas. Seis experiências com pedras de lajes foram realizadas na comunidade Cancela do Brasão, em Sigefredo Pacheco, e 113 com placas concretadas.
A ideia surgiu nos municípios de Castelo e Juazeiro do Piauí, uma região rica em laje, pedra de pequena espessura que possui superfície plana. Os técnicos do Centro Regional de Assessoria e Capacitação (Cerac) observaram que as calçadas feitas com essa pedra sofriam menos com a ação do sol, evitando assim problemas de rachaduras, que podem acontecer nos calçadões construídos com outros materiais.
As pedras são cortadas no tamanho de 98cm² e unidas com rejunte de concreto. No modelo tradicional, o calçadão é feito de concreto e colocado uma junta de dilatação que serve para dar espaço e evitar rachadura, mas, em algumas situações, o cimento não suporta o sol intenso do Semiárido e a junta de dilatação pode se infiltrar de água, ocasionando as rachaduras.
Mesmo com a comprovada eficiência da calçada feita com laje, em outras regiões, a pedra não é encontrada facilmente e o alto custo no transporte da mesma fez surgir a ideia da cisterna de placas concretadas. Esse modelo é feito pegando o mesmo padrão da laje. As placas são construídas através de uma fôrma de 98cm² e no lugar da junta de dilatação fica o espaço de 4 cm onde é feito um rejunte de concreto.
O coordenador do Cerac, José Maria Saraiva, explica que primeiro são produzidas todas as placas e somente depois são feitos os rejuntes. “As placas são fabricadas no próprio local onde será feito o calçadão. Depois de todas produzidas e de deixar o cimento secar, é colocado o rejunte de concreto no espaço de quatro centímetros que fica entre uma placa e outra”, detalha José Maria.
A experiência do Piauí com esses dois tipos de placas foi apresentada na “Oficina Qualidade das Implementações” promovida pelo P1+2, em fevereiro deste ano. Recebida como possibilidade de sanar o problema de rachaduras no calçadão, o Cerac passou a utilizar o sistema de placas concretadas, que vem dando bons resultados.
“Uma das principais preocupações das entidades era o calçadão, que em alguns casos, apresentava rachaduras, prejudicando a eficiência da implementação. O CERAC viu que esse novo modelo tem conseguindo resolver em torno de 90% das rachaduras se comparado com o outro modelo”, afirma José Maria.