Embaixador espanhol elogia implantação do Programa Cisternas

Compartilhe!

O embaixador da Espanha, D. Carlos Alonso Zaldivar, durante visita ao município de Araci, no semiárido baiano, na última sexta-feira (3), se mostrou contente com o Programa Cisternas, implantado em localidades rurais como Jaconias e Gibão. “O motivo da visita é olhar a aplicação do Programa Cisternas que estamos fazendo com o Ministério do Desenvolvimento Social e a Cooperação Espanhola e vê-lo em terreno, não só nos papéis”, assegura o embaixador.

A missão fez parte do encontro entre os parceiros do Programa Cisternas, realizado no Hotel Sol Barra, em Salvador, e que foi aberto na quinta-feira (2) com a assinatura de novo Termo de Parceria com a Associação Programa Um Milhão de Cisternas (AP1MC), da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), e a divulgação das parcerias realizadas no âmbito da Cooperação Espanhola. A análise dos dados conquistados e os desafios do programa foram até sexta-feira, com painéis de discussão exibindo temas como Controle Social, Formação de Gestores e Incentivo à Inovação de Tecnologias Sociais.

Zaldivar, acompanhado da secretária de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Arany Santana, do secretário nacional de Segurança Alimentar, Crispim Moreira, e do coordenador geral da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, Jesús Molina, conheceu como funciona o sistema de captação de água, qual a importância para os beneficiários do projeto e como as cisternas têm contribuído para diminuir os índices de insegurança alimentar e da pobreza na Bahia.

Para o coordenador da Agência Espanhola, Jesús Molina, é de suma importância essa parceria com o Brasil. “Para nós é uma honra trabalhar no Brasil, colaborando com as instituições no desenvolvimento dos setores menos favorecidos da população. Neste sentido, estamos trabalhando neste projeto na região do sertão para prover de água potável, junto com o MDS, àquelas famílias que carecem totalmente do acesso a este recurso. A idéia é apoiar o ministério no trabalho que realiza para conseguir que cem por cento das famílias tenham acesso à água potável”, salienta.

Tecnologias sociais

Representando o Estado, Arany Santana comentou a decisão política do governo Lula de investir em tecnologias sociais de captação e armazenamento de água da chuva, desenvolvidas pela sociedade civil, por meio da ASA. Segundo a secretária, isso possibilitou o acesso digno e autônomo à água de qualidade para beber e produzir alimentos no semiárido. “Esta estratégia vincula-se à compreensão que o Estado deve voltar as suas políticas para aqueles que mais precisam”, disse.

Moradores do semiárido contam com mais 45 mil cisternas

O governo do Estado, por intermédio da Sedes, aponta a construção de 45 mil cisternas, sendo que mais de 18 mil delas foram viabilizadas pela parceria com o MDS e a ASA. O novo desafio da Bahia é a universalização do acesso à água no semiárido, que passa pela construção de mais 21,5 mil cisternas até 2011 e a implementação de outras tecnologias que ampliem o alcance do Programa Federal “Água para Todos”, que levou água para mais e 2,5 milhões de baianos.

O embaixador da Espanha ainda comentou os investimentos da parceria do governo espanhol com o Brasil. “É um programa importante de R$ 100 milhões pagos em partes iguais, aprovado em 2009 e que entrou em aplicação este ano. A Espanha contribui com duas coisas: efetivar o direito de todos ao acesso à água e também para diminuir a desigualdade”, completa D. Carlos Zaldivar.

Em Araci, os visitantes conheceram o beneficiário do Programa Cisterna, José Raimundo Soares, que mostrou sua horta regada com água da cisterna de produção, e que ainda comentou sobre o crescimento que teve em sua renda. “Antes da cisterna eu tinha de carregar água para poder cuidar da minha pequena plantação. Nessa época, eu conseguia lucrar por semana cerca de R$ 70, mas hoje com as cisternas a minha renda dobrou. Hoje, por semana, consigo tirar até R$ 160 vendendo na feira-livre e em mercados da cidade”, comenta. Raimundo Soares tem cinco filhos e sua mulher está grávida do sexto.

Resultados

O projeto vem realizando um conjunto de ações que já apresenta resultados positivos, a exemplo da maior redução da taxa de pobreza do país e a retirada de 1,3 milhão de baianos da situação de insegurança alimentar moderada e grave. “Esses resultados foram possíveis pela parceria que foi estabelecida com o governo federal e com as organizações da sociedade civil. Esta parceria foi fortalecida, sobretudo, na execução do Programa Cisternas”, avaliou Arany Santana.

A opção de construir as unidades com a ASA se deve à compreensão de que a cisterna não é simplesmente uma obra de construção civil, mas um mecanismo de acesso à água e promoção da segurança alimentar. “Isso é fundamentalmente um instrumento de mobilização e formação das famílias para a convivência com o semiárido”, completa a secretária da Sedes.

Parceiros

As parcerias do Programa Cisternas são os governos dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Sergipe, além das ações em conjunto com a ASA, com o Condri e com os programas “1 milhão de Cisternas” e “Uma Terra e duas Águas”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *